Idosos acabam sendo mais suscetíveis a quedas por uma série de fatores, como a perda de massa muscular. As consequências decorrentes desses tipos de acidente têm grande impacto na qualidade de vida do idoso, pois podem levar à restrição da mobilidade, incapacidade funcional, isolamento social, insegurança, medo de cair e ocorrência de novas quedas. Dada a relevância dessa questão, o Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP celebra a 10ª Semana Mundial de Prevenção de Quedas, no dia 18 de junho.
Para saber mais sobre formas de prevenção, o Jornal da USP no Ar conversou com Poliana Silva, fisioterapeuta e especialista em Gerontologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Ela explica que todos devem ter em mente que “queda” não significa “cair”, apenas: “Queda não é só quando vamos ao chão, é quando estamos numa superfície e vamos para uma inferior. Um desequilíbrio, que faz com que precisemos nos apoiar nos móveis, já é uma queda. Geralmente os idosos e até os familiares não sabem distinguir o que é uma queda e por isso não procuram nenhum tipo de atendimento”.
O tratamento após uma queda é demorado e pode interferir na independência do idoso, restringindo a realização de atividades básicas, como tomar banho, se alimentar ou trocar de roupa. Isso reforça a importância da prevenção, que pode ser orientada adequadamente por um fisioterapeuta ou gerontologista. “O geriatra tem um papel fundamental na identificação dos riscos de queda, pois eles são multifatoriais. Doenças cardíacas, pulmonares ou neurológicas, por exemplo, são algumas das possíveis causas. Sendo assim, um médico consegue observar esses fatores e encaminhar para a fisioterapia. O fisioterapeuta, por sua vez, atua desde a prevenção, que se dá por meio de identificação precoce do risco de queda e, em seguida, passa a trabalhar as adequações do espaço físico em que o idoso vive e nos aspectos comportamentais, com a prescrição de exercícios físicos personalizados”, explica a especialista.
A adequação do ambiente doméstico é uma das maneiras de evitar acidentes. Isso pode ser feito por meio da instalação de iluminação adequada, retirada de tapetes e uso de barras nos banheiros e de corrimões nas escadas, por exemplo. Porém, há ocorrência de quedas fora de casa, e, para prevenir esse tipo de situação, recomenda-se verificar se o idoso está usando sapatos adequados, se há algum desnivelamento nas calçadas e se há a necessidade do uso de algum dispositivo de marcha, como uma bengala.
Os cuidadores e familiares devem estar atentos aos comportamentos apresentados pelo idoso, para que o tratamento seja direcionado adequadamente. “É necessário observar como o idoso anda, levanta e se apresenta indícios de problemas cognitivos, como falta de atenção”, conta a fisioterapeuta. Isso influencia inclusive na implementação de um tratamento apropriado.
O Hospital das Clínicas busca averiguar todos esses fatores para uma prevenção ou intervenção médica efetiva. Poliana conta como se dá o tratamento desses casos: “Dentro das enfermarias do HC, todos os fisioterapeutas já fazem a orientação para a prevenção de quedas. Nos nossos ambulatórios, principalmente nos de gerontologia, nós conseguimos identificar se há risco de queda ou não, usando alguns instrumentos, vamos trabalhar com base em escalas específicas e a partir disso indicar medidas específicas para cada caso”.
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