Como prevenir as complicações da pressão alta? O tratamento é diário e para toda a vida e inclui não só medicamentos, mas também hábitos saudáveis de vida. O Jornal da USP no Ar conversa com o professor Luiz Aparecido Bortolotto, diretor da Unidade de Hipertensão Arterial do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FM) da USP, para entender melhor quais medidas são eficazes na prevenção e tratamento da hipertensão.
Aproximadamente 30% dos adultos no mundo sofrem de hipertensão, enfatiza o doutor Bortolotto. Segundo o especialista, o maior consumo de sal, sedentarismo e aumento da obesidade são as principais justificativas para a porcentagem. Além, claro, do próprio envelhecimento. A ressalva que o professor da FM deixa é que não estamos envelhecendo de maneira saudável.
A falta de atividades físicas e a obesidade são as causas primordiais da pressão alta na adolescência, explica o professor. “A genética é muito importante, mas ela sofre influências de fatores externos”, expõe o médico sobre as causa da hipertensão. Outro ponto é que “a pressão alta na maioria dos casos não dá sintomas”. E, quando os sintomas aparecem, provavelmente algum órgão já está sendo afetado.
O paciente hipertenso vai precisar tomar medicação pelo resto da vida. São cinco classes de medicamentos usados isoladamente, ou combinados, para auxiliar no controle da pressão e poder reverter as alterações produzidas pelas complicações da doença, como a insuficiência cardíaca. O doutor Bortolotto lembra que a rede pública disponibiliza gratuitamente pelo menos um representante de cada classe de remédios.
A manutenção de hábitos saudáveis é fundamental para um “envelhecimento saudável” e prevenção da hipertensão. O professor conta que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a prática de 150 minutos de atividade física por semana. Ou melhor, 30 minutos de atividade física por dia, cinco dias por semana.