Preservação de acervo é vital para memória e identidade de um povo

Apesar da importância da preservação de acervos, cenário brasileiro mostra falta de cuidado e descaso

 05/09/2018 - Publicado há 6 anos     Atualizado: 14/09/2018 às 18:42

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Após o incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro, debates sobre a preservação do patrimônio histórico ganharam destaque. O Jornal da USP no Ar abordou o tema com a participação da professora Marina Massimi, do Instituto de Estudos Avançados da USP e coordenadora do Grupo de Pesquisa Tempo, Memória e Pertencimento, responsável pela organização do seminário Miguel Covian: Uma Concepção de Universidade para os Tempos Atuais, que acontecerá no dia 10 de setembro.

A especialista explica que o patrimônio histórico é capaz de conscientizar a população sobre sua identidade, pois resgata a memória de seus povos ancestrais. Porém, ressalta que a preservação de documentos e monumentos sofre com o descaso da sociedade e do governo. A tragédia do Museu Nacional evidencia a irresponsabilidade de diversas entidades e a causa desse comportamento, segundo Marina, se relaciona com o imediatismo e individualismo, ou seja, a prioridade de resultados a curto prazo e do investimento de acordo com interesses particulares.

Museu Republicano de Itu – Foto: Cecília Bastos

O evento trata da atuação acadêmica e trajetória do fisiologista Miguel Covian. Os documentos, cartas e trabalhos que envolveram a relação entre Covian e seu mestre, Bernardo Houssay, ganhador do primeiro Prêmio Nobel de Medicina da América Latina, compõem importante patrimônio histórico e científico. O acervo levantado faz parte do Museu Histórico da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP e destaca a importância da preservação desses conteúdos. Mesmo assim, a professora afirma que a universidade, faculdade e o departamento não têm oferecido o suporte necessário para a manutenção adequada dos arquivos, que possuem extremo significado.

Oferecer métodos para superação do imediatismo e individualismo é o objetivo do seminário. A primeira parte do evento foca em como a Universidade pode enfrentar os problemas de preservação de patrimônio, através da experiência universitária de Covian, e a segunda tratará sobre os arquivos e biblioteca do fisiologista, que foi um dos pioneiros da Neurociência, segundo Marina. A professora enfatiza ainda o desejo de valorizar o acervo ao propor medidas que resgatem o patrimônio histórico e a memória da universidade e do Brasil.

Jornal da USP no Ar, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.

Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93,7, em Ribeirão Preto FM 107,9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular. Você pode ouvir a entrevista completa no player acima.

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