A explosão de ocupação em edifícios vazios não se limita apenas à área central da cidade, mas acontece também nas extremas periferias da cidade e nos limites das zonas rurais – nesse caso específico, de terrenos vazios. Segundo a professora Raquel Rolnik, essas ocupações têm a ver com o que chama de crise habitacional ou de emergência habitacional na cidade de São Paulo, o que, por sua vez, no caso dos terrenos, está ligada à explosão de preços que ocorreu nos anos de boom econômico na cidade (de 2003 em diante) e ao fato de os salários não terem acompanhado essa explosão. A situação só piorou com a atual crise econômica.
A colunista observa que sempre foi uma característica histórica de São Paulo e das demais cidades brasileiras apresentarem uma grande dificuldade para que grande parte da população conseguisse acessar moradias no mercado formal, o que as políticas voltadas para o setor, apresentadas pelos sucessivos governos, só fizeram piorar. Ela aponta como exemplo a política de remoções promovida pelos governos estadual e municipal na cidade de São Paulo, recentemente. De acordo com a professora Raquel, não há política propositiva ou preventiva que amplie o acesso à moradia para a população de menor renda. O resultado disso tudo é a explosão de um mercado informal muito precário no centro e nas periferias da metrópole.
Ouça a coluna na íntegra pelo link acima.