Pesquisa inédita analisa domínio da mídia por famílias brasileiras

Geógrafo aponta que oligopólio da comunicação conta com empresas locais dominadas por famílias de políticos

 08/11/2017 - Publicado há 7 anos

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Foto: Marcos Santos / USP Imagens

O alto nível de concentração midiática apresentado por algumas empresas mostra que o Marco Regulatório brasileiro, previsto na Constituição de 1988, é insuficiente para impedir que a comunicação fique nas mãos de poucos grupos familiares. É o que mostra  o estudo Monitoramento da Propriedade da Mídia, lançado pela organização internacional Repórteres Sem Fronteiras em parceria com a ONG brasileira Intervozes. Segundo o levantamento, o Brasil ocupa o último lugar em termos de diversidade da informação.

Integrante da pesquisa e doutorando em Geografia Humana pela USP, André Pasti explica que os grandes meios brasileiros gerenciam uma ampla rede audiovisual, impressa e virtual cuja malha se estende por todo o território nacional através de parcerias com grupos locais. De acordo com ele, essas companhias associadas são controladas por famílias políticas, como as de Fernando Collor, José Sarney e Antônio Carlos Magalhães Neto. O especialista explica que esse fato coloca em risco a veiculação de informações.

Pasti alerta que o oligopólio da mídia se repete em muitos países. Entretanto, o Brasil se destaca, já que a sua dimensão continental deveria indicar uma expectativa de melhores indicadores de pluralidade da informação.

O Jornal da USP, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.

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