Das comemorações do Dia da Consciência Negra até o polêmico episódio envolvendo o âncora William Waack, neste mês de novembro, o debate sobre desigualdade racial ganhou destaque na sociedade brasileira. Para discutir quão presente está o racismo em nosso cotidiano, o programa Diálogos na USP convidou esta semana o professor Ivan Claudio Pereira Siqueira, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, e a professora Eunice Prudente, da Faculdade de Direito (FD) da USP.
Segundo o IBGE, 54% da população nacional é constituída por pretos e pardos. No entanto, dados trazidos pelo professor Ivan Siqueira provam que os negros não são maioria apenas no que se refere à quantidade populacional brasileira. Mulheres negras são as que mais sofrem com agressão doméstica, 70% dos 2 milhões de jovens que não estão estudando no País são negros, assim como mais de 60% dos presos nacionais — números breves, que mostram o tamanho da desigualdade sofrida mesmo após um século de abolição.
Durante o programa, também debateu-se sobre a necessidade de discutir o racismo de maneira estrutural, tratando de medidas políticas, sociais, eleitorais e — na visão da professora Eunice — pela intervenção da iniciativa privada para resolução desses problemas.
Para finalizar, a importância do negro na construção da cultura também foi ressaltada no Diálogos, lembrando também da conquista da Universidade com a implementação de cotas raciais.