As apostas esportivas vêm crescendo muito no mundo todo. Em 2020, esse mercado foi avaliado em quase US$ 60 bilhões e a previsão é de que até 2027 cresça ainda mais e ultrapasse a casa dos US$ 127,3 bilhões.
Mas essa explosão de pessoas querendo fazer uma “fezinha”, como dizem os brasileiros, pode trazer problemas, principalmente para aqueles que fazem o jogo on-line, alerta o professor Gustavo Assed Ferreira, da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto (FDRP) da USP. “Um fator preocupante é a segurança dos sites destinados a esses jogos, esse acesso pode comprometer seu smartphone ou computador”, avalia.
Para o professor, o computador ou o celular ficam expostos a vírus, invasões, hackeamento. “Algumas empresas de fato são bastante corretas e agem num limite muito firme do que a legislação permite, outras, nem tanto.”
No Brasil, esse mercado também está em expansão. Segundo o site marketing esportivo, no País, as apostas passaram de R$ 2 bilhões em 2018 para R$ 7 bilhões em 2020, mesmo com a paralisação de boa parte dos jogos por conta da pandemia de covid-19. Atualmente, o Brasil permite a prática de apostas esportivas, por meio de um Projeto de Lei que tem até 2022 para se tornar uma lei efetiva.
Mas o professor afirma que “essa regulamentação pode ser cruel com a população brasileira, pois muitos podem tentar buscar nas apostas uma solução para a crise financeira, que atinge milhões atualmente”. Além disso, muitos jovens menores de idade costumam apostar nos sites que não têm nenhum tipo de controle de acesso.
O que são as apostas esportivas?
Para 67% dos brasileiros, apostar hoje é entretenimento e para 43% é negócio. Diversão, renda e conexão com amigos são os principais motivos que levam as pessoas a apostarem, mas 12% das pessoas responderam a uma pesquisa de um site de notícias que as apostas são sua principal fonte de renda, segundo a pesquisa Industry Insights -Globo. Ainda segundo a pesquisa, mais da metade (59%) dos brasileiros que apostam atualmente começaram durante a pandemia. Os valores de quem faz a “fezinha” em jogos esportivos são bem variados, apenas 2% usam os bônus ou dinheiro fictício.
A escolha do local de aposta também foi pesquisada e mostra que as pessoas buscam em primeiro lugar rapidez nos pagamentos, seguido de bônus de incentivo (apostas grátis) e, em terceiro, a ampla oferta de formas para transferir os valores, depósitos e saques. Para 54,2% dos pesquisados, a experiência positiva dos amigos é o que dá mais confiança para abrir uma conta em um site de apostas. Os jogos de futebol ficam com 81% das apostas, seguidos de jogos de basquete, vôlei, boxe, corrida de cavalo, entre outros.
E, com as apostas em alta, o futebol também se destaca com patrocínios. Atualmente são 25 clubes de futebol brasileiros patrocinados por casas de apostas: dos 20 times da série A do Campeonato Brasileiro, 14 são patrocinados por algum sistema de apostas.
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