A Polícia Federal está investigando a morte do líder indígena Emyra Waiãpi, na terra indígena waiãpi, no oeste do Amapá. O caso, ocorrido no mês passado, ganhou repercussão mundial, em meio a críticas às propostas do governo Jair Bolsonaro de abrir áreas indígenas para mineração e agricultura comercial. Um laudo inicial feito pela Polícia Técnica do Amapá apontou que a morte teria ocorrido por afogamento. No final de julho, a PF foi até o local da morte e afirmou não ter encontrado sinais de invasão por garimpeiros. Os waiãpis contestaram a conclusão, fizeram uma expedição por conta própria e encontraram vestígios de intrusos.
A invasão de garimpeiros nas terras waiãpis não é novidade, como explica Juliana Rosalen, pesquisadora do Centro de Estudos Ameríndios (CEstA) da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Juliana apontou para a diminuição das demarcações e para o projeto do governo de transformar as terras indígenas em terras produtivas, discurso que estaria motivando as invasões.
A pesquisadora também comentou sobre a dificuldade de fiscalização das terras e sobre a falta de recursos da Funai para auxiliar os povos indígenas e também ressaltou que os waiãpis não são um caso isolado, pois existem outros povos que estão passando por dificuldades ainda mais extremas, como, por exemplo, os yanomamis.
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