Governadores de Estados brasileiros lançam plano de retomada ambiental na Amazônia

Professor Ricardo Abramovay, do Instituto de Energia e Ambiente da USP, analisa a gestão do governo federal na Amazônia e classifica como positiva a iniciativa de governadores pela retomada verde na região

 22/07/2021 - Publicado há 3 anos
“Amazônia está sendo cada vez mais ocupada por milícias que se voltam não apenas ao tráfico de drogas, mas à exploração criminosa de ouro com poluição dos rios da região e por apropriação ilegal”, revela o professor Ricardo Abramovay – Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real
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À margem do governo federal, governadores de Estados brasileiros lançaram um plano de retomada ambiental. O consórcio de chefes do Executivo estadual será formado pelos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, além de ser presidido por Flávio Dino, governador do Maranhão. A aposta deve ser em uma agenda própria contra o desmatamento.

Um dos objetivos do grupo formado por nove governadores é de atrair recursos para o Fundo Amazônia, cujos R$ 2 bilhões encontram-se congelados pelo governo federal. Essa, contudo, não é a única medida do Palácio do Planalto que corroborou com a deterioração da Amazônia. “Com o patrocínio ideológico do governo federal e de muitos políticos locais, hoje, a Amazônia está sendo cada vez mais ocupada por milícias que se voltam não apenas ao tráfico de drogas, mas à exploração criminosa de ouro com poluição dos rios da região e por apropriação ilegal”, revela o professor Ricardo Abramovay, do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, citando o rio Tapajós como exemplo, em entrevista o programa Jornal da USP no Ar 1ª Edição.

O professor Abramovay, porém, destaca que “o mais importante no plano de recuperação verde é que ele representa um projeto para a Amazônia”, lembrando que o consórcio formado por governadores de diversas correntes políticas deve ir além do aspecto ambiental, buscando não só combater o desmatamento, mas a pobreza, vincular o uso racional e sustentável dos recursos existentes na Amazônia ao fim da miséria e garantir boas condições de vida às populações locais.

“A Amazônia não pode continuar sendo um problema para o Brasil. A Amazônia é a maior promessa que o Brasil tem e nós precisamos saber aproveitar essa promessa”, conclui o professor. Também deve nortear os trabalhos do consórcio de governadores o estímulo ao potencial científico e tecnológico da Amazônia. Um exemplo é o acontecimento do Painel Científico para a Amazônia, evento internacional composto de 200 cientistas de diversos países. Para saber mais, clique aqui.


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