O tempo passa, mas a realidade na Síria permanece a mesma, o que significa dizer que a população civil continua a ser dizimada por armas químicas, cujo uso tornou-se corriqueiro por parte dos governos da Síria e da Rússia. A ONU já contabilizou 33 ataques do gênero e patrocinou incontáveis negociações e várias resoluções contra o governo de Bashar al-Assad. Tudo em vão, já que foram vetadas pela Rússia, que é membro do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas e, ao mesmo tempo, promotora dos crimes de guerra, praticados com armas como bombas de fósforo, gás sarin, gás mostarda e até napalm, este último muito utilizado pelos EUA na guerra do Vietnã.
Segundo a OMS, mais de 500 pessoas foram intoxicadas, somente nesta semana, em um subúrbio de Damasco. “O genocídio na Síria está praticamente completado”, afirma a professora Marília Fiorillo em sua coluna semanal para a Rádio USP. Na semana passada, Donald Trump queria retirar todas as tropas norte-americanas da região; nesta semana, ameaça usar mísseis. De acordo com a colunista, a Rússia e a Síria mandaram uma clara mensagem para a comunidade internacional: a de que fazem o que querem, o que significa dizer que a população síria está entregue à própria sorte. O Ocidente, enquanto isso, vira a rosto para o outro lado para não ter de enxergar o que ocorre no devastado país de Bashar al-Assad.