O professor Carlos Eduardo Lins da Silva repercute em sua coluna o episódio ocorrido na semana passada, quando mais de 300 jornais dos EUA publicaram editorais para defender a imprensa dos ataques sistemáticos do presidente Donald Trump. Para o colunista, trata-se de uma iniciativa inédita, que não lembra ter ocorrido em nenhum momento antes. “É uma reação da imprensa americana a esse ambiente cada vez mais tóxico que há nos Estados Unidos contra a instituição da imprensa, muito motivado pelos ataques ferozes que o presidente Trump tem feito contra ela.”
Alguns críticos consideram que esse movimento não é bom para a imprensa, por passar a impressão geral de que existe um esforço concentrado dos jornais e dos veículos de comunicação contra Trump, que se valeu do fato para dizer que a imprensa é o verdadeiro partido de oposição nos EUA. A verdade é que, este ano, seis jornalistas já foram assassinados naquele país, crimes favorecidos pelo ambiente nocivo criado em torno do conflito Trump versus imprensa. Lins da Silva lembra que, nos comícios de que participa, Trump não perde a oportunidade de incitar seus seguidores contra os jornalistas, que se sentem fisicamente ameaçados. Para o colunista, é preciso demarcar alguns limites, a fim de que a situação não se deteriore de uma vez por todas.