O setor privado investe pouco em pesquisas de inovação e, quando investe, os projetos contam com recursos do Estado. O dado foi constatado através de pesquisa encomendada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) ao Massachusetts Institute of Technology (MIT), renomada universidade de pesquisa norte-americana. O professor Paulo Feldmann, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, falou sobre as razões desse baixo investimento.
Segundo o economista, existem dois principais motivos para que o Brasil ocupe posições tão baixas quando o assunto é inovação. O primeiro é a quantidade pequena de grandes empresas que existem no País. Em uma lista recente divulgada pela Forbes, das 2 mil maiores empresas do mundo, apenas 1% é brasileira. A outra razão, ainda mais importante, é a falta de incentivos fiscais para que se desenvolvam pesquisas. No Brasil, não existe a cultura de dedução de impostos para as empresas que investem em pesquisas.
Um dos caminhos apontados no relatório divulgado pelo MIT foi o de que o Brasil crie uma agenda que estimule o crescimento no ramo da inovação. O professor Paulo Feldmann ressalta que faltam políticas públicas nessa área. É necessário fomentar a união de empresas, incentivando a criação de incubadoras. O especialista aponta, ainda, que a formação de engenheiros no País precisa aumentar. É uma profissão essencial para inovação e, mesmo com boas escolas, o número de formandos na área é muito baixo.
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