Fotomontagem com imagens do Flickr/Agrishow por Rebeca Fonseca/Jornal da USP

Feira de agronegócios do interior deve faturar alto mesmo com cenário desfavorável

Para Marcos Fava Neves, apesar de cenário internacional ruim, capitalização do setor agrícola deve poupar a feira e apostar nas novas tecnologias de conectividade para o campo

 20/04/2022 - Publicado há 2 anos

Autor: Ferraz Junior e Vinicius Botelho

Arte: Rebeca Fonseca

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A Agrishow, Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, retorna dos dias 25 a 29 de abril depois de dois anos paralisada pela pandemia. O evento, que acontece em Ribeirão Preto, é considerado um dos maiores do setor na América Latina e recebe 800 marcas nacionais e internacionais, que expõem desde sementes e fertilizantes a tecnologias avançadas. 

Mesmo com o cenário internacional complexo, por conta da guerra na Ucrânia e da crise energética, espera-se um bom faturamento dos negócios da feira já que o último boletim da Companhia Nacional de Abastecimento, divulgado dia 10 de março, trouxe dados sobre a produção nacional de grãos para a safra 2021/22 que ficou estimada em 265,7 milhões de toneladas, 10,3 milhões a mais do que a safra anterior.

Para o professor Marcos Fava Neves, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP,  “a Agrishow encontra um cenário muito complexo na questão internacional” com um movimento geopolítico contrário à globalização jamais visto, que Fava Neves chamou de “variáveis variando violentamente”.

E, no cenário interno, o professor diz que, apesar dos preços dos produtos agrícolas estarem bons, os custos de produção estão muito altos, o que preocupa, pois “os preços vão cair mais rapidamente do que os custos”, criando um cenário de risco para o agricultor brasileiro. Fava Neves explica que o custo se refere ao gasto que representa todo o processo de fabricação e o preço diz respeito ao quanto aquele produto ou serviço vale em termos monetários.

Marcos Fava Neves - Foto: Arquivo pessoal

Feira não deve sofrer impactos da crise mundial

Mesmo diante desses problemas, Fava Neves acredita que a feira não deve sofrer impacto negativo já que o agricultor vive um momento de capitalização pelas duas últimas safras, portanto “a Agrishow deve vender e faturar muito”, avalia.

De acordo com o presidente da Agrishow, Francisco Matturro, que também é secretário executivo da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado de São Paulo, nos últimos três anos, o setor do agronegócio continuou produzindo e se desenvolvendo e, consequentemente, terá muitas novidades para apresentar na feira de 2022.

Foto: Flickr

Conectividade

Dentre as novidades esperadas para a feira, Matturro cita as que serão apresentadas pela área de conectividade, que foi a que mais avançou nos últimos anos. “Três anos, em termos de conectividade, é uma eternidade”, insiste o presidente da Agrishow, lembrando que neste período foram criadas tecnologias ligadas a centros de inteligência e operações que impulsionam o setor agrícola brasileiro.

E sobre o tema, Matturro acredita que, como um dos maiores problemas do agro atualmente, a falta de conexão no campo pode ganhar destaque. “Ainda temos déficits em pontos de antenas para fazer a conexão total, mas acredito que São Paulo irá acelerar o desenvolvimento do tema rapidamente”, comenta.


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