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Cresce o número de adeptos do fisiculturismo no Brasil. Atualmente, há aproximadamente 20 mil competidores no País e 90 eventos por ano. A atividade ainda não é considerada uma modalidade esportiva, mas segue conquistando espaço. Carlos Bueno Júnior, professor da Escola de Educação Física e Esporte da USP de Ribeirão Preto, explica que “o fisiculturismo vem em um processo de esportivização, ou seja, de se tornar uma modalidade olímpica. A atividade já foi parte das competições do Pan-Americano do Peru em 2019, mas, por exemplo, ficou fora das modalidades olímpicas de Paris 2024”.
O fisiculturismo muitas vezes é comparado ao halterofilismo. A diferença é que seu objetivo é criar um corpo musculoso; no halterofilismo, o atleta deve realizar o exercício de força com a maior carga possível. Para conquistar um corpo musculoso, o atleta deve seguir várias metas. É necessário ter muita disciplina, muitas renúncias, além de uma alta carga de treinamento físico, uma ingestão alimentar bastante regrada e com várias restrições.
Diz Bueno: “O indivíduo apenas irá permanecer na modalidade se ele tiver grande sentido nessa prática. Para a maioria das pessoas que não são halterofilistas, treinar força por meio de musculação, por exemplo, três horas por semana, já irá resultar em ganho de massa magra que eleva a sua saúde. Estudos mostram que aumenta a expectativa de vida”.
Acompanhamento é importante
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O acompanhamento de profissionais capacitados fornecerá aos atletas muito mais segurança e bons resultados. Qualquer objetivo que a pessoa tenha em relação à atividade física, à alimentação, com suporte de profissionais da nutrição, da educação física extremamente capacitados proporcionarão resultados potencializados. Segundo o professor Bueno, é indicado escolher “profissionais capacitados que acompanhem a literatura científica sobre o assunto, ou seja, se ele não age contra a ciência”.
A prática do fisiculturismo só passa a ser um problema quando há excessos por parte do atleta. “Ela deixa de ser saudável se o indivíduo acumula uma série de lesões, se coloca sua saúde em risco ou mesmo se tem que treinar ou competir sem ver sentido nisso”. O professor cita um exemplo de grande repercussão, que foi o caso da ginasta norte-americana Simone Biles, que deixou de competir por algum período.
O uso de drogas como os esteroides anabolizantes é um risco para quem pratica o fisiculturismo. Um estudo de 2022, analisando 100 fisiculturistas por um ano, demonstrou que quatro deles apresentaram problemas graves de saúde, como insuficiência cardíaca, ideias suicidas e inflamação no intestino. A conclusão do estudo foi que esses indivíduos já apresentavam uma predisposição ao problema antes de iniciar o uso dos esteroides anabolizantes.
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