O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), divulgou a participação das ocupações no agronegócio de 2019. A pesquisa considerou não só o trabalho no campo, mas também os da agroindústria, dos insumos e dos serviços de comercialização de alimentos. Com crescimento de 0,8% em relação a 2018, considerado estável, a população trabalhando no agronegócio brasileiro somou 18,3 milhões, ou seja, 19,6% do total de postos de trabalho do País (cerca de 93,4 milhões de pessoas).
“É um bom resultado, dada a situação econômica, o qual foi puxado pelos empregos na agroindústria e nos agrosserviços. Estamos saindo de uma recessão e o número não ter diminuído é um sinal de recuperação. Esperamos que isso possa melhorar agora em 2020”, avalia Nicole Rennó, pesquisadora do Cepea, em entrevista ao Jornal da USP no Ar.
Segundo a pesquisadora, algumas tendências puderam ser observadas desde 2015, entre elas a formalização ou o trabalho com carteira assinada, o aumento do nível médio de escolaridade do trabalhador do setor e o crescimento da participação de mulheres nos postos de trabalho agro. “Neste momento, estamos observando um movimento contrário quanto à formalização, como resultado da crise com aumento da informalidade”, aponta.
Segundo Nicole, isso aconteceu porque os empregos com carteira assinada não cresceram o suficiente para superar os empregos informais. “Mas as outras duas tendências, de aumento do nível médio de qualificação e da participação feminina, continuaram acontecendo [e aumentando], inclusive nesse período de crise”, observa a pesquisadora. Ela diz ainda que tem caído bastante o número de pessoas que trabalham sem nenhum grau de escolaridade ou que possuem apenas o ensino fundamental; em contrapartida, há um aumento expressivo do número de pessoas com ensino superior.
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