Os aceleradores de partículas estão entre os maiores instrumentos científicos já construídos. O maior deles, o Large Hadron Collider (LHC), situado entre Suíça e França, tem 27 km de circunferência e atinge a energia de um próton em repouso 14 mil vezes. Nos laboratórios e centros de pesquisa ao redor do mundo, os aceleradores são utilizados no estudo das partículas e das forças fundamentais que constituem o universo, mas a importância deles não está restrita só à pesquisa acadêmica. Há também aplicações na medicina, na inspeção de cargas, na indústria eletrônica e de materiais, além de arte e arqueologia. A professora doutora Meirielen Caetano de Sousa, pós-doutoranda do Instituto de Física (IF) da USP, falou sobre as aplicações dos aceleradores.
A professora explica que os aceleradores são instrumentos que produzem um número muito grande de partículas que devem seguir em uma determinada direção. O acelerador também fornece grande quantidade de energia para essas partículas até que elas atinjam velocidades próximas à da luz. Graças a essa energia tão grande, é possível realizar diversos experimentos, mas também utilizar os aceleradores em várias outras aplicações.
Ela comenta que a utilização mais conhecida se refere às pesquisas sobre o universo primordial, mas existem milhares de aceleradores que podem ocupar só uma sala e têm como aplicações modificar propriedades de materiais para a fabricação de chips e criação de circuitos integrados, utilizados em computadores e smartphones. Muitas indústrias da área de eletrônica usam aceleradores de partículas para essa finalidade.
Na medicina, os aceleradores são geralmente utilizados para a produção de radioisótopos, substância química que o paciente ingere para realizar exames de diagnósticos não invasivos para determinar câncer. Há também a hadronterapia, o tratamento do câncer utilizando aceleradores de partículas ao invés da radioterapia tradicional. O método apresenta resultados promissores, mas tem como barreira o custo, que ainda é muito elevado.
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