Um dos resultados da recente visita do presidente Bolsonaro aos Estados Unidos é a possibilidade daquele país apoiar a entrada do Brasil na OCDE, a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico.
Composta de 36 países, a organização tem por objetivo promover políticas que visem ao desenvolvimento econômico e ao bem-estar social. O combate à corrupção e à evasão fiscal fazem parte da agenda da OCDE. Também chamado de Grupo dos Ricos, os países da OCDE produzem mais da metade de toda a riqueza gerada no planeta.
Como contrapartida ao apoio norte-americano, foi feita uma exigência: a de que o Brasil abra mão de vantagens na OMC, a Organização Mundial do Comércio, organismo em que o Brasil se autodeclara “país em desenvolvimento” para obter certas vantagens.
Uma delas é a que determina que, em uma negociação com países ricos, nações em desenvolvimento não precisam oferecer como reciprocidade a liberalização de seu mercado.
Dessa forma, é possível ganhar uma fatia maior do mercado do país rico e, ao mesmo tempo, manter certo nível de proteção no mercado interno. É dessa vantagem que os EUA querem que o Brasil abra mão.
Para o professor Simão Davi Silber, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP (FEA), o Brasil é a 8ª economia do mundo e não pode se igualar a países africanos ao se declarar em desenvolvimento para obter vantagens. O professor lembra que a OMC passa por uma reformulação e a entrada do Brasil na OCDE seria um caminho natural.
Ouça a entrevista no link acima.