Um ano de reabertura do Museu do Ipiranga

Por Rosaria Ono e Amâncio Jorge de Oliveira, diretora e vice-diretor do Museu Paulista da USP

 05/09/2023 - Publicado há 11 meses
Rosaria Ono e Amâncio Jorge de Oliveira, diretora e vice-diretor do Museu Paulista – Fotos: Arquivo pessoal

 

O Museu do Ipiranga celebra, neste 7 de setembro, um ano de sua reabertura e 128 anos de sua inauguração. Os nove anos de fechamento demandaram um intenso trabalho sob a coordenação da USP e a colaboração com diversos segmentos da sociedade, do setor público e do setor privado. O período foi dedicado à restauração do edifício histórico, à construção de uma nova área de acolhimento e à regeneração do Jardim Francês. Foram anos também dedicados a um ambicioso empreendimento de restauração de seu valioso acervo.

O reencontro da sociedade brasileira com o museu, no marco das celebrações do bicentenário da Independência, foi um reencontro com a sua história e a sua identidade. Desde sua reabertura, o museu já recebeu cerca de 630 mil visitantes para conhecer suas exposições, temporárias ou de longa duração. As mostras, nesta nova fase, contam com equipamentos tecnológicos e recursos de acessibilidade para proporcionar uma experiência efetivamente inclusiva aos visitantes.

Alinhados com uma sociedade cada vez mais digital, disponibilizamos nosso acervo em uma plataforma on-line e reformulamos o portal do museu, que já recebeu quase 5 milhões de visualizações neste primeiro ano, com 2 milhões de usuários e uma média de 200 visitantes por minuto.

O período pós-reabertura também foi marcado por ações de impacto social, com nossa participação na campanha Mesa Brasil, em parceria com o Sesc Ipiranga. Foram arrecadadas 95 toneladas de alimentos, encaminhadas a entidades beneficentes. 

Esse esforço de todos os colaboradores e docentes do museu foi reconhecido pela sociedade: fomos eleitos o melhor museu da cidade na premiação “O Melhor de São Paulo 2023”, do jornal Folha de S.Paulo. No levantamento, feito pelo Datafolha, 45% dos entrevistados elegeram o museu como seu favorito na capital paulista.

Outros reconhecimentos dos quais nos orgulhamos são os prêmios Raymundo Magliano Filho e o Selo de Acessibilidade da Prefeitura de São Paulo, que destacam ações de acessibilidade e inclusão. Nosso projeto arquitetônico foi destaque com os prêmios de Melhor Ação de Restauração, na Monocle Design Awards 2023, promovida pela revista inglesa Monocle, o prêmio IAB SP 2022 e o prêmio APCA 2022. 

Este primeiro ano marca também uma inovação do ponto de vista de gestão cultural, com a criação da Fundação de Apoio ao Museu Paulista, a Faamp. A fundação foi estabelecida para apoiar a gestão e criar uma área de desenvolvimento institucional no museu, dedicada à captação de recursos e relações institucionais. Universidades de grande prestígio, mundo afora, são dotadas de áreas bem desenvolvidas de captação de recursos, o que garante perenidade para as ações. A criação de uma fundação dedicada especificamente a este fim é um bom exemplo de inovação forjada no âmbito da área de humanidades.

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A reabertura do museu simboliza não apenas a restauração de um patrimônio icônico, mas também a reafirmação de seu papel para o cenário cultural da cidade e do País. Somos um museu dedicado à preservação, divulgação e reflexão sobre as narrativas que compõem a história de São Paulo e do Brasil. Ao mesmo tempo, o vínculo com a Universidade de São Paulo reafirma nosso papel indissociável com o ensino, pesquisa e atividades de extensão. Por meio do Museu do Ipiranga a USP recebe, diariamente, milhares de visitantes e contribui para que a universidade pública esteja cada vez mais aberta à sociedade.

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