A leucoplasia oral pode afetar indivíduos jovens, mas é predominante na sexta e sétima década com maior prevalência no gênero feminino. Fatores externos que podem contribuir para o desenvolvimento e o agravamento da LO são o tabagismo e, sobretudo, o consumo crônico de bebida alcoólica. A supressão desses hábitos reduz o risco de malignização da lesão. Cerca de 1% dos casos podem ser sofrer malignização. Mas esta taxa pode ser maior, dependendo de fatores individuais (predisposição genérica) hábitos e localização das lesões.
Por ser lesão silenciosa (assintomática), as leocoplasias orais são normalmente observadas durante o exame de rotina da cavidade oral. Para sua detecção é importante que, nas visitas a consultórios odontológicos e médicos, seja solicitado exame da mucosa oral, especialmente nas áreas laterais da língua, assoalho da boca, gengiva, mucosa da bochecha, e os palatos mole e duro (céu da boca). Para a confirmação do diagnóstico clínico é necessário a realização de biópsia.
Esta é uma doença potencialmente maligna e não é possível prever qual paciente poderá desenvolver câncer oral resultante da transformação maligna da LO. Por isso, os pacientes com LO precisam ser monitorados periodicamente, em média de três a quatro vezes por ano. Esse monitoramento permite a detecção precoce de casos com transformação maligna.
Há muitas décadas, pacientes com leucoplasia oral são deixados sem reavaliação periódica. Um número expressivo desses pacientes que retorna (ou é encaminhado aos nossos ambulatórios) já exibe transformação maligna, muitas vezes em estágios avançados. A terapêutica consiste em remoção cirúrgica que pode ser realizada por cirurgia convencional, eletrocauterização, criocirurgia ou lasers de alta potência. O uso do laser de alta potência, de alta resolução cirúrgica, tem-se mostrado eficaz na redução acentuada (não na eliminação) do risco de malignização das LOs.
Além de ser uma doença idiopática, a leucoplasia oral é resistente e recidivante ao tratamento. Muitas vezes, há necessidade de novas intervenções. O monitoramento é necessário, independentemente do resultado do tratamento realizado.
Como a universidade pode ajudar no controle da LO?
É importante a concentração desses casos em local capacitado para o diagnóstico, tratamento e controle efetivo desses pacientes o que possibilitará um ganho considerável em eficiência, sobretudo na prevenção de transformações maligna. Tratando de centros de estudos clínicos, o acompanhamento dos pacientes serve-nos para avaliação epidemiológica ao longo dos anos.
Em resumo, a LO é a lesão oral de maior relevância no que concerne à ação preventiva do câncer oral.