Concordo inteiramente com o argumento de que é uma artimanha indigna de um governo que pretende representar o Brasil dividir o orçamento do FNDCT em partes iguais entre reembolsável e não reembolsável, pois se sabe que a demanda por empréstimos é extremamente reduzida. Com isso o governo sonega quase metade do total dos R$ 9 bilhões para recolhê-lo ao fim do ano.
Discordo, entretanto, da comparação entre parcelas alocadas às universidades e às organizações sociais (OS) como profundamente desonestas, pois ignoram ou fingem ignorar que os orçamentos das universidades e instituições provêm diretamente do Tesouro, enquanto a parcela das organizações sociais inclui gastos com salários, operações etc. Recursos para pesquisas para as universidades que as fazem correspondem a aproximadamente 1% ou 2% de seu total orçamento.
A implicância que certos meios acadêmicos têm em relação às organizações sociais decorre, temo, apenas de medo da competição com instituições organizacionais mais eficientes e do receio de que o sucesso das OS induza à transformação de organizações da administração direta em organizações sociais, e com isso percam a vitaliciedade e outras benesses. Todavia, aqueles que confiam na própria competência não temem a competição com as organizações sociais.