Desenvolvimento econômico e social necessita de engenharia dinâmica e fundamentada na ciência

O professor Laurindo de Salles Leal Filho comenta sobre a obra “Engenharia, Inovação e Desenvolvimento Sustentável”, da qual é um dos organizadores

 30/05/2022 - Publicado há 3 anos
Um tema do livro é a discrepância entre a capacidade do Brasil produzir ciência e aplicar seus conhecimentos para gerar riqueza – Fotomontagem com imagens de Ateliê Editorial e Pixabay por Adrielly Kilryann/Jornal da USP
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Engenharia, inovação e desenvolvimento sustentável são temas de obra organizada por professores da Escola Politécnica (Poli) da USP, lançada recentemente pela editora Ateliê Editorial. O professor Laurindo de Salles Leal Filho, do Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo da Poli e um dos organizadores do livro, esclarece, em conversa ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, a colaboração com a Academia Nacional de Engenharia (ANE).

Laurindo de Salles Leal Filho – Foto: Reprodução/ResearchGate

“Tudo começou na Academia Nacional de Engenharia. A nossa missão é servir ao Brasil e contribuir para o seu desenvolvimento econômico e social, baseado em uma engenharia dinâmica, avançada e fundamentada na ciência. Mas também praticada segundo os mais altos padrões de ética e civismo”, afirma. Ele também diz que o Brasil ser “um mero consumidor de tecnologia” é ruim para o seu desenvolvimento. 

Os capítulos do livro 

Leal Filho informa que a obra se inicia com temas em que o Brasil é “imbatível”: agricultura e mineração. Para o professor, esses dois segmentos podem promover oportunidades ao desenvolvimento de outros setores. Depois ele aborda a indústria 4.0, uma “gama de tecnologias que permitiram a fusão do mundo físico e digital”, a qual transforma os sistemas tradicionais de produção.  

“Temos aí a ciência de dados de máquinas, sensores inteligentes, veículos autônomos, robótica avançada, impressão 3D genômica e biologia sintética”, explica. O professor acrescenta que hoje o País passa por uma realidade diferente dos anos 1980, por exemplo, e que, por isso, não é mais viável industrializar o Brasil como naquela época. 

Outro tema do livro é a discrepância entre a capacidade do Brasil produzir ciência e aplicar seus conhecimentos para gerar riqueza. Leal Filho comenta sobre o ranking anual de produção científica, em que o Brasil ficou disposto na 13ª posição, em contraste ao 64º lugar no ranking mundial de inovação. Ele diz que, para contornar isso, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) trabalha no modelo da Tríplice Hélice, cujos componentes são o governo, as universidades e as empresas, e os três fazem girar o desenvolvimento e a inovação tecnológica. O capítulo foi escrito por Jorge Almeida Guimarães, presidente da Embrapii. 

Por fim, há os pontos da economia e da liderança, para que os produtos das inovações brasileiras sejam competitivos no mercado internacional: “Temos um capítulo sobre câmbio, estrutura tarifária e uma série de fatores econômicos que criam um ambiente favorável à inovação. Isso seria para resolvermos a parte econômica”.  

Mas e as lideranças? Leal Filho fala sobre o capítulo escrito pelo professor Luiz Carlos Bresser Pereira, o qual resume as lideranças para o século 21: representantes, tanto do governo quanto da iniciativa privada, que tenham uma visão elevada e altruísta, e que também possuam preocupações sociais e pensem no futuro do planeta. 


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