Instituto de Física vai instaurar sindicância para apurar estupro contra aluna da ECA

Aluna da Escola de Comunicações e Artes (ECA) acusa estudante do instituto de tê-la violentado durante festa universitária, em Sorocaba

 01/06/2016 - Publicado há 8 anos

Atualizado às 20h30

Em nota divulgada nesta quarta-feira, dia 1º de junho, a diretoria do Instituto de Física (IF) da USP informou que será instaurada uma sindicância para apurar o caso de estupro cometido por um aluno de graduação do instituto contra uma estudante da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP.

A direção disse que soube do caso por meio da imprensa e, mesmo sem ter acesso aos registros oficiais, como boletim de ocorrência, irá investigar os fatos.

“Feitas as apurações, a Universidade de São Paulo tomará as medidas cabíveis para que esse caso não fique impune”, diz o comunicado, que afirma também que a unidade está em contato com o Escritório USP Mulheres, criado para buscar o empoderamento das mulheres e defender a igualdade de gênero. “O Instituto de Física da USP e sua comunidade acadêmica não compactuam com violências de qualquer espécie, muito menos com as cometidas contra as mulheres.”

A assessoria de imprensa da USP também  divulgou uma nota dizendo que a vítima deve formalizar a ocorrência junto à USP. E que até o final da tarde de quarta-feira, dia 1º de junho, a aluna ainda não havia apresentado nenhuma queixa formal à Universidade, que tomou conhecimento do caso pelas redes sociais.

O comunicado informa que o caso está sendo acompanhado, além do Escritório USP Mulher, pela Comissão de Direitos Humanos da USP. “No caso específico de violação dos direitos humanos, após a denúncia formal, é feita a comunicação à Comissão de Direitos Humanos da USP, ao Escritório USP Mulher e tomadas as demais providências legais, com abertura de sindicância e, se for o caso, processo administrativo, que pode resultar até em expulsão. É necessário que as vítimas conheçam e confiem nos meios institucionais da Universidade postos à sua disposição para o acolhimento, orientação jurídica e encaminhamento para a área médica”.

A assessoria afirmou ainda que “a Diretoria da ECA está em contato com a Atlética, que se comprometeu a providenciar cópia do boletim de ocorrência e relatos por escrito até a próxima sexta-feira, dia 3 de junho”.

A jovem, que não quer sua identidade revelada, relatou ter sido estuprada durante os Jogos Universitários de Comunicação e Artes em Sorocaba, no interior de São Paulo. O evento, conhecido como JUCA, foi realizado entre os dias 26 e 29 de maio.

Segundo o relato, o abuso ocorreu na noite de sexta-feira, dia 27 de maio, durante a FestECA Sem Meio, organizada pela Associação Atlética Acadêmica Lupe Cotrim (ECAtlética) da USP. Foi por meio de uma nota de repúdio ao estupro, divulgada dia 30 de maio no perfil do Facebook da ECAtlética, que o caso veio a público.

A publicação afirma que o crime foi cometido por um estudante do Instituto de Física. A vítima reconheceu o agressor e este foi expulso tanto da festa quanto do alojamento. Em seguida, foi feito um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher, em Sorocaba, que está investigando o crime.

Segundo Victória De Santi, aluna da ECA que participou da festa, não se esperava que pudesse acontecer um estupro durante o evento. “Eu me sentia segura nas festas porque na ECA existe um movimento antiopressão muito forte que passa uma segurança. Foi um problema que abalou a confiança enquanto organização de eventos.”


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