A importância da vacinação de reforço contra a covid-19 para determinados grupos

Max Igor Banks explica que as vacinas contra a covid-19 estão em constante atualização, utilizando as novas variantes para a sua produção

 Publicado: 01/07/2024
As primeiras vacinas criadas contra a covid-19 foram monovalentes, e, com o surgimento de novas variantes, as vacinas também foram se atualizando – Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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Desde janeiro, a vacina para covid-19, por idade e grupos prioritários, integra o Programa Nacional de Imunizações. De acordo com o professor Max Igor Banks, infectologista do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FM) da Universidade de São Paulo, crianças de até cinco anos, além de idosos com mais de 60 anos e pessoas com comorbidades ou imunossuprimidas devem tomar vacinas de reforço, que podem variar entre semestral ou anualmente. Ele ainda cita a importância da vacinação de gestantes — que também protege o bebê por um período — ou de pessoas que nunca se vacinaram anteriormente.

“A pandemia foi mudando no tempo, e as estratégias de prevenção, controle e orientação também foram mudando. Agora, nós encontramos uma fase em que a covid continua por aí, mas que boa parte da população já foi exposta e vacinada com as vacinas iniciais. E a vacina foi mudando também, depois que apareceu aquela variante ômicron, vai tendo subvariantes, mudanças em cima desse vírus inicial, e as vacinas vão se atualizando. Como mais ou menos acontece na gripe, dá uma proteção melhor contra o vírus, por isso que há indicação de algumas pessoas continuarem se vacinando”, complementa.

Novas vacinas

O especialista comenta que as primeiras vacinas criadas contra a covid-19 foram monovalentes, e com o surgimento de novas variantes, as vacinas também foram se atualizando, foram criados modelos bivalentes da imunização. “Depois que apareceu essa variante ômicron, as vacinas foram adaptadas, mas ainda assim a opção foi o tipo de vírus àquele vírus original. Então, você tinha a vacina do vírus original, mais a variante ômicron, por isso que era bivalente”, explica.

Max Igor Banks – Foto: Reprodução/FM-USP

Contudo, a nova Spikevax, da Moderna — que será utilizada para o programa de imunização do governo — já não utiliza o modelo bivalente e protege contra a última variante, que encontrou maior facilidade de circulação, a XBB. Banks afirma: “Agora, a opção é vacinar pelo vírus que está mais próximo circulando entre as pessoas, sempre uma cepa que estava circulando há relativamente pouco tempo para elaborar a vacina. Mas a lógica é a mesma da vacina da Pfizer, é um imunizante também bastante efetivo e que vai proteger contra uma evolução do vírus, da ômicron”.

Apesar de ser interessante a vacinação geral, a disponibilidade de vacinas no SUS, que abrange o projeto de imunização do governo, visa apenas aos grupos citados anteriormente. “Agora, nós estamos em um momento muito bom para as pessoas se vacinarem, porque não está tendo uma circulação intensa do vírus. Teve isso no começo do ano, e agora está em um período intercrise, então, se você se vacinar, quando voltar a circular o vírus você vai conseguir se proteger um pouco mais. Isso foi muito politizado, e o que nos preocupa, na verdade, é a saúde das pessoas. Ainda temos complicações de covid e a vacina ajuda”, finaliza.


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