Cientistas estudam os benefícios da atividade física em nível celular

Pesquisas querem criar um mapa de moléculas responsáveis pelos efeitos das modificações que ocorrem antes, durante e depois da atividade física; Genoma investiga vairantes genéticas em centenários saudáveis

 Publicado: 27/06/2024
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Que os exercícios físicos ajudam a manter uma vida mais longa e saudável, muita gente já sabe. Estudos mostram que a prática de atividade física promove a liberação de moléculas sinalizadoras que atuam na expressão gênica, isto é, no modo como os genes se expressam entre diferentes órgãos: dos músculos para sistema imune cardiovascular ou do fígado para o cérebro. Entre os possíveis efeitos estaria uma redução no processo inflamatório, uma melhora nos mecanismos de reparo celular, fortificando o sistema imune e reduzindo a ocorrência de doenças crônicas, como câncer, doenças cardiovasculares e diabete tipo dois, por exemplo. 

Cientistas querem responder, agora, como esses mecanismos ocorrem em nível celular. O National Institute of Health (NIH), dos Estados Unidos, investiu recentemente US$ 170 milhões em uma pesquisa, com duração de seis anos, que inclui pessoas e ratos, visando a criar um mapa das moléculas responsáveis pelos efeitos das modificações que ocorrem antes, durante e depois do exercício.

Em março de 2023, um grupo de pesquisadores identificou um composto que atua nas vias metabólicas do músculo esquelético do coração durante o exercício. “Quando esse composto foi administrado em camundongos, eles observaram que os animais conseguiam correr mais tempo e mais longe do que os não tratados”, explica Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos sobre o Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) da USP. 

Em outro estudo, foi observado que camundongos tratados com essa droga perderam peso e ganharam menos tecido adiposo do que o grupo controle, embora a alimentação dos dois grupos e a quantidade de exercício fosse similar.

No Genoma, os pesquisadores desenvolvem trabalhos para responder se as pessoas que passam dos cem anos e que se mantêm saudáveis teriam variantes genéticas semelhantes aos maratonistas ou atletas.


Decodificando o DNA
A coluna Decodificando o DNA, com a professora Mayana Zatz, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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