A polêmica está estabelecida. O prefeito João Doria pretende acabar com os cobradores de ônibus, automatizando todo o processo e, de quebra, poupando custo de mão de obra para os cofres municipais. O raciocínio parte do princípio de que, em média, apenas 6% dos usuários de ônibus pagam em dinheiro, o que coloca os cobradores numa situação de ociosidade. Os testes já começaram em pelo menos uma linha, que serve a zona sul.
A reação dos sindicatos foi imediata, e os próprios usuários temem por transtornos e dificuldades em relação à ocorrência de problemas com os bilhetes únicos. No entanto, acima de qualquer outra questão – é o que destaca a professora Raquel Rolnik em sua coluna semanal para a Rádio USP -, prevalece o problema fundamental da substituição gradativa do trabalho humano por sistemas automatizados e robotizados.