Em pesquisas anteriores lideradas pelo Centro de Estudos sobre o Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) da USP, cientistas mostraram que a nossa microbiota intestinal (conjunto de microrganismos como bactérias, vírus e fungos que vivem no nosso intestino) depende do ambiente e da genética, ou seja, desempenham funções importantes para o seu bom funcionamento.
Agora, estudos recentes questionam se poderia haver alguma associação entre a microbiota intestinal, o alcoolismo e dependência de drogas. A hipótese levantada é que alguns microrganismos presentes seriam mais vulneráveis ao vício. A disbiose intestinal (um desequilíbrio da microbiota do intestino que pode influenciar o surgimento de uma série de doenças gastrointestinais, metabólicas ou cardiovasculares) foi associada, pela primeira vez, a uma possível dependência ao álcool.
Os estudos foram realizados em modelo animal e demonstraram, ainda, uma susceptibilidade ao uso contínuo de drogas. “Segundo diferentes pesquisadores, cerca de 30% a 40% dos casos de dependência relacionados à microbiota poderiam abrir caminho para novos tratamentos”, relata Mayana Zatz, diretora do CEGH-CEL. “O desafio agora é determinar exatamente quais seriam as bactérias responsáveis”, finaliza.
Decodificando o DNA
A coluna Decodificando o DNA, com a professora Mayana Zatz, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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