Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência tem inscrições abertas até dia 31

Chamada pública oferece bolsas de doutorado-sanduíche e pós-doutorado no exterior para pesquisadoras negras, ciganas, quilombolas e indígenas

 15/01/2024 - Publicado há 4 meses     Atualizado: 19/01/2024 as 16:48
Maria Beatriz Nascimento, professora e historiadora sergipana que sempre aliou a luta antirracista à vida acadêmica- Foto: Arquivo Nacional via FFLCH

 

Estão abertas até o dia 31 de janeiro as inscrições para a chamada Atlânticas – Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência, lançada pelo governo federal em novembro do ano passado. O programa oferece bolsas de doutorado-sanduíche e pós-doutorado no exterior para pesquisadoras negras, ciganas, quilombolas e indígenas, em qualquer área de conhecimentos.

As bolsas têm duração máxima de nove meses. Para se inscrever, as interessadas devem estar regularmente matriculadas em cursos de doutorado ou ter concluído seus estudos em programa de pós-graduação reconhecido pela Capes. Nos dois casos, as candidatas devem apresentar um projeto de pesquisa e o aceite formal da instituição de destino.

As candidatas às bolsas de doutorado-sanduíche também precisam demonstrar conhecimento da língua utilizada na instituição estrangeira e a anuência de seus orientadores e da coordenação de seu programa de pós-graduação. A chamada pública completa está disponível para consulta no site do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A chamada é uma parceria dos ministérios da Igualdade Racial, das Mulheres, dos Povos Indígenas, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, com apoio do CNPq, e conta com R$ 6 milhões em investimentos que serão destinados ao pagamento das bolsas.

Quem foi Beatriz Nascimento?

O nome do programa presta homenagem à professora e historiadora sergipana Beatriz Nascimento, que sempre aliou a luta antirracista à vida acadêmica. Foi cofundadora do Grupo de Trabalho André Rebouças na Universidade Federal Fluminense (UFF) e membro do Movimento Negro contra a Discriminação Racial (MNUCDR), nome mais tarde reduzido para Movimento Negro Unificado (MNU).

Como pesquisadora, Beatriz Nascimento estudou as formações dos quilombos no Brasil por duas décadas. Foi expoente do feminismo negro, pesquisando as práticas discriminatórias que pesam sobre os corpos das mulheres negras.

Beatriz faleceu, vítima de feminicídio, em janeiro de 1995. Na época, ela cursava mestrado em Comunicação na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 2021, Beatriz Nascimento se tornou doutora honoris causa in memoriam pela UFRJ, ainda não outorgado. Em 2022, ela foi homenageada com o mesmo título pela Universidade Federal Fluminense (UFF), aprovado e outorgado no mesmo ano. Esta homenagem mais recente foi proposta pelos professores Vitor Nascimento, da UFF, e Cláudia Nascimento, última presidente do GTAR.

*Com informações do CNPq
**Texto atualizado em 19/01/2024, às 11:13, para incluir informação sobre o título outorgado pela UFF a Beatriz Nascimento.


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