Ainda em comemoração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e ao Dia Nacional de Tereza de Benguela, o Grupo de Pesquisa em Gênero, Raça e Sexualidade (Generas) da Faculdade de Economia, Contabilidade e Atuária (FEA) promoverá o Segundo Encontro de Mulheres Negras no Mercado de Trabalho, na próxima segunda-feira, dia 31. O encontro será on-line, às 19 horas. Para participar, basta se inscrever neste link.
A proposta do evento, segundo as organizadoras, é também celebrar o Julho das Pretas, mês em que se comemora as ações de organizações e movimentos de mulheres negras do Brasil, voltados para o fortalecimento da ação política coletiva e autônoma das mulheres negras nas diversas esferas da sociedade.
O espaço de escuta proporcionado entre elas visa enfatizar a necessidade de garantir a presença, voz e visibilidade para as mulheres negras em todos os espaços, inclusive acadêmico. Ao Jornal da USP, Antonia Quintão, pós-doutora pela FEA e mediadora do encontro, conta “o quanto é importante deixarmos de ser exclusivamente fonte primária de pesquisas para assumirmos o protagonismo e a liderança dos estudos, análises e trabalhos que tratam da nossa história, cultura, lutas, enfrentamentos e desafios cotidianos.”
Como convidadas, estarão presentes Larissa Calixto, gerente de finanças e diversidade, equidade e inclusão no Ensina Brasil e cofundadora da Associação de Negros Feanos (ANFEA) da mesma faculdade. Reimy Solange Chagas, psicóloga clínica e social; Sandra Maria Cerqueira da Silva, doutora pelo Programa de Pós-graduação em Controladoria e Contabilidade da FEA; e a historiadora e pesquisadora no Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) Suelen Girotte do Prado, contando suas trajetórias no mercado de trabalho.
Presidente do Geledés – Instituto da Mulher Negra, Antonia analisou em seu pós-doutorado as desigualdades de oportunidades para a inserção e desenvolvimento profissional das mulheres negras. Ela concluiu que há uma distância alarmante entre empresas que se intitulam pró-diversidade, mas na realidade não são.
“Representatividade não basta, é preciso que nós, mulheres negras, sejamos incluídas no mercado de trabalho ou na academia efetivamente”, pontua. “Graças à Lei de Cotas, conseguimos avançar um pouco. Mas, por que ainda não estamos na direção das universidades e das grandes empresas?”, questiona ao defender que, assim como há organizações econômicas reconhecidas com o selo da diversidade e inclusão, as escolas e universidades também deveriam receber.
Saiba mais: @generasusp, com o Grupo de Pesquisa Generas
* Com supervisão de Tabita Said