Efeitos do cafezinho vão além da cafeína

Octávio Pontes destaca que pesquisa fundamenta a crença popular de que o café aumenta a vigilância e o funcionamento cognitivo

 18/07/2023 - Publicado há 1 ano

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Sabemos que a cafeína presente no café atua como estimulante do sistema nervoso central. O professor Octávio Pontes explica em sua coluna que, quando consumimos café, a cafeína é absorvida pelo organismo e chega ao cérebro onde pode ter vários efeitos. Um dos principais efeitos é a estimulação do sistema nervoso, o que pode aumentar o estado de alerta, melhorar a concentração e reduzir a fadiga mental. Além disso, a cafeína também pode afetar a liberação de neurotransmissores, como a dopamina, que está associada ao prazer e à motivação. Esses efeitos podem resultar em uma sensação de bem-estar e melhora do humor. Para Pontes, é importante lembrar que cada pessoa pode responder de forma diferente à cafeína e o consumo excessivo de café pode levar a efeitos indesejados, como nervosismo e dificuldade para dormir.

Nas ultimas semanas, um estudo conduzido pelos pesquisadores da Universidade do Minho e publicado na revista científica Frontiers in Behavioral Neuroscience trouxe mais insights interessantes sobre o impacto neurobiológico do consumo de café. Segundo Pontes, os pesquisadores investigaram o impacto neurobiológico do consumo de café na conectividade cerebral usando ressonância magnética funcional em repouso (fMRI). “Eles recrutaram 47 adultos saudáveis que bebiam café regularmente e realizaram fMRI antes e depois de consumir café ou cafeína em água. Tanto o café quanto a cafeína pura na água resultaram em diminuição na conectividade da rede de modo padrão do cérebro, que está ativa durante o repouso. No entanto, beber café também aumentou a conectividade em redes associadas à memória de trabalho e ao controle cognitivo. Os pesquisadores afirmam que esses resultados podem fundamentar a crença popular de que o café aumenta a vigilância e o funcionamento cognitivo. A presença de efeitos específicos do café sugere a influência de fatores como aroma, sabor e expectativas psicológicas. A ausência de grupos de controle não bebedores ou de consumidores de café descafeinado é uma limitação do estudo que deve ser considerada em futuras pesquisas.”


O minuto do Cérebro
A coluna O minuto do Cérebro, com o professor Octávio Pontes Neto, vai ao ar quinzenalmente,  terça-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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