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Lançado no ano passado pela Siglo Veinteuno Editores, o livro Como se Fabrica um Best Seller Político?, do professor Ezequiel Saferstein, da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires, na Argentina, é “uma pesquisa de fôlego, que nos permite compreender como se movimenta a engrenagem da propaganda política nestes tempos tão difíceis de polarização, fenômeno conhecido entre os argentinos como grieta, mas que parece cercar ou mesmo assombrar todo o Ocidente”. O comentário é da professora Marisa Midori, em sua coluna Bibliomania, da Rádio USP (93,7 MHz), transmitida no dia 15 de abril de 2022.

“O autor demonstra que, desde o início do novo milênio, durante o mandato de Cristina Kirchner, o debate político argentino se viu às voltas com o ‘revisionismo dos setenta’, ou seja, o acerto de contas com a ditadura militar, que envolveu questões de direitos humanos, política de Estado e a abertura de processos judiciais”, destaca Marisa em sua coluna. Ao remexer o passado, continua a professora, vieram à tona diferentes escritos da reação, entre eles uma trilogia publicada pela Editora Sudamericana sob os títulos Fuimos Todos (2007), Nadie Fue (2008) e Volver a Matar (2009), de Juan Bautista Yofre. “Nos bastidores dessa verdadeira batalha editorial que se travou na época, a figura de Pablo Avelluto, ministro da Cultura do governo de Mauricio Macri, apresenta-se como um gatilho para se compreender o papel do editor, amparado, é claro, pelo grande capital, na compreensão das engrenagens do poder midiático – que age sobre a imprensa periódica, é claro, mas que não descuida dos livros.”

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