Mentoria de jovens pesquisadores é importante, mas nem sempre reconhecida

Há cientistas que, além de deixarem impressionantes legados por suas descobertas, também criaram escolas de pensamento

 10/02/2022 - Publicado há 3 anos
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Na primeira coluna do ano, o físico Paulo Nussenzveig retoma um assunto que é de extrema importância no empreendimento científico, mas nem sempre é adequadamente reconhecido: a mentoria de jovens pesquisadores. “Há cientistas que, além de deixarem impressionantes legados por suas descobertas, também criaram escolas de pensamento”, afirma. “Dentre os vários cientistas que admiro, principalmente físicos por vício da minha área de atuação, há aqueles que foram extremamente geniais, como Richard Feynman. Mas é difícil passar genialidade adiante…”

“Feynman produziu uma coleção de livros didáticos e outras obras, mas não deixou uma escola. Enrico Fermi, por outro lado, deixou escola, assim como Isaac Isidor Rabi, que orientou uma longa “linhagem” de laureados com o Prêmio Nobel”, conta Nussenzveig. “Na França, Alfred Kastler (Nobel em 1966) orientou Claude Cohen-Tannoudji (Nobel em 1997), que orientou Serge Haroche (Nobel em 2012). Fiz minha formação doutoral nessa escola de pensamento, no grupo liderado por Serge Haroche e Jean-Michel Raimond.”

“Gosto de comparar o trabalho de cientistas que atuam em universidades como uma espécie de corrida de revezamento. A pista é infinita e sempre vale a pena continuar correndo”, aponta o físico. “Durante a carreira, vamos ‘passando bastões’ para pessoas mais jovens, que passam a correr a nosso lado, passando adiante mais bastões. É um dos grandes prazeres da vida universitária acompanhar o crescimento dessas pessoas e vê-las nos superarem.”


Ciência e Cientistas
A coluna Ciência e Cientistas, com o professor Paulo Nussenzveig, no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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