Uma semana sob o signo da modernidade

Grossmann lembra o manifesto de 1922 no desenvolvimento do Brasil

 16/02/2022 - Publicado há 2 anos
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Na Cultura, o Centro está em Toda Parte
A coluna Na Cultura o Centro está em Toda Parte, com o professor Martin Grossmann, vai ao ar quinzenalmente, terça-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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“O Brasil ensaiava para ser moderno. São Paulo era muito mais provinciana em 1922 do que de fato uma metrópole”, comenta Martin Grossmann em sua coluna Na Cultura, o Centro Está Em Toda Parte, na Rádio USP (clique e ouça o player acima). “Outras cidades no Brasil tinham maior destaque naquele momento, seja a própria capital federal, Rio de Janeiro, mais o Recife, Manaus e Belém do Pará. No início do século 20, essas cidades despontavam como importantes centros urbanos da jovem República Federativa do Brasil.”
Grossmann destaca que Recife era uma parada obrigatória para quem fosse ao sul do continente. “Já Manaus e Belém do Pará despontavam também graças ao ciclo da borracha”, explica. “No início do século 20, Rio de Janeiro viveu um período de transformações marcantes. A meta era transformá-la em uma capital cosmopolita nos moldes franceses.”
Nessa nova imagem, a intenção era mostrar o Brasil longe da visão de atraso, colonial e escravocrata. “As constantes reformas no Rio, que perduraram até o início da construção da nova capital, Brasília, no final da década de 1950, investiram, entre outros, na construção de novas praças, ampliação de ruas, traçado de novas avenidas, criação de estruturas de saneamento básico e modernização do transporte, além da construção de marcos arquitetônicos como o Mercado Municipal, em 1907, o Theatro Municipal, 1909, e a Biblioteca Nacional, 1910.”
Nesse clima, São Paulo também entrou no ritmo do progresso e do desenvolvimento com a transformação urbana propiciada pela economia do café. “Frente a essa visão positivista fortemente alicerçada por valores eurocêntricos, surgiram manifestações críticas principalmente nessas cidades já citadas, provenientes de artistas, intelectuais, políticos, acadêmicos e de partes da burguesia. Mas o manifesto da Semana de Arte Moderna em 1922, apesar de excêntrico, foi pioneiro, singular, por ser proveniente de um grupo eclético, plural, que almejava por novos tempos, que idealizava um projeto moderno para a jovem nação brasileira. “Foi o ponto de partida para o Modernismo brasileiro, modelado seja por políticas públicas para a educação e cultura, seja por programas de governo os mais distintos, como também por uma sequência de manifestações de vanguarda que demonstraram a criatividade e a potência da arte e da cultura brasileira.”


Na Cultura, o Centro está em Toda Parte
A coluna Na Cultura o Centro está em Toda Parte, com o professor Martin Grossmann, vai ao ar quinzenalmente, terça-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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