Plano Diretor de São Paulo pode ser forma de estimular emprego nas periferias

A redução de impostos contidas nesse plano pode atrair empresas a essas regiões e acelerar seu desenvolvimento econômico

 04/01/2022 - Publicado há 3 anos
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Atividades produtivas mais distribuídas poderiam gerar maiores possibilidades de ocupação e emprego – Foto: Jeso Carneiro – Flickr

 

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As atividades econômicas em São Paulo são historicamente concentradas em determinadas regiões da cidade. Isso também diz respeito aos empregos. Para trabalhar, muitos moradores de regiões periféricas precisam se deslocar para longe de suas casas. Um dos objetivos do Plano Diretor de São Paulo é justamente estimular o desenvolvimento das regiões não centrais e modificar tal cenário, ao aproximar emprego e moradia, de modo a conduzir a ocupação do solo eficientemente.

O professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP João Whitaker explicou que esse plano funciona como um pacto na cidade, que é um espaço de conflitos. “O plano diretor visa a estabelecer uma presença de Estado de tal forma a mediar esses conflitos, estabelecer regras e como a cidade deve ou não ser utilizada, com o objetivo supostamente de torná-la mais agradável e com maior qualidade de vida para todo mundo.” 

Wilson Amorim – Foto: Reprodução/LinkedIn

Wilson Amorim, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, destacou de que modo as atividades econômicas estão distribuídas de maneira desigual na capital paulista. “As zonas comerciais estão muito concentradas em determinadas regiões e menos em outras. Da mesma forma, o setor educacional de nível superior, os sistemas de atendimento para a saúde. Isso ainda não é uma realidade na periferia mais distante da cidade de São Paulo.”

Amorim prossegue explicando que, com as atividades produtivas mais distribuídas, elas geram maiores possibilidades de ocupação e emprego. Isso seria um dos fatores que poderiam melhorar as condições de vida nas periferias, ao aproximar o emprego à moradia e diminuir os custos com transporte. 

 

População deve fazer sua parte

 

João Whitaker – Foto: FAU/USP

A redução de IPTU, proposto por meio do próprio Plano Diretor, por exemplo, pode estimular a criação de empresas na periferia. “Privilegia-se uma região do ponto de vista do imposto territorial urbano, cobrando uma alíquota menor e, ao mesmo tempo, providencia-se uma rede de transporte para dar acesso a essa região, o que favorece a chegada de consumidores, cidadãos e trabalhadores”, completa Amorim.

Por outro lado, o professor Whitaker alerta que o Plano Diretor não “vai, por si só, resolver problemas tão estruturais, que dizem respeito mais à economia do que propriamente ao território urbano. Porém, ele pode ser uma base estruturante que potencialize, ajude e acelere os processos de desenvolvimento econômico”. Ele ressalta também que é essencial compreender que esse plano escreve muita coisa no papel, mas, se não for implementado, não conseguirá fomentar a geração de empregos nas regiões não centrais.  

Para o Plano Diretor ser de fato posto em prática, a população também deve fazer sua parte e participar das revisões futuras por meio da Minuta Participativa de Zoneamento, que consta no site da Prefeitura de São Paulo. Lá é possível fazer comentários com justificativas e pedir a modificação de propostas por Subprefeitura.


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