Academia Nacional de Medicina se posiciona sobre cigarros eletrônicos

João Paulo Lotufo comenta a nota divulgada pela instituição sobre o cigarro eletrônico, que fornece tanta nicotina quanto a contida num cigarro convencional

 09/11/2021 - Publicado há 3 anos
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A Academia Nacional de Medicina (ANM) emitiu uma nota técnica de alerta sobre o uso dos cigarros eletrônicos. Isso porque a Anvisa discute temas relacionados à comercialização de cigarros eletrônicos no Brasil, que são aparelhos que liberam vapor de nicotina e solventes químicos tóxicos (o cigarro eletrônico não queima tabaco, vaporiza líquidos). A ideia proposta pela indústria é a de reduzir o uso de cigarro pelos fumantes.” A realidade, no entanto, não sustenta esse conceito como estratégia de redução do tabagismo”, diz a nota.

“Nos cigarros eletrônicos, são utilizados sais de nicotina, uma nova e muito mais poderosa forma de dependência, que proporciona vaporizações mais velozes e intensas, fornecendo tanta nicotina quanto a quantidade que existe num maço de cigarro convencional. O uso de cigarros eletrônicos por adolescentes aumenta o risco de se tornarem fumantes e absorverem outras substâncias tóxicas por via inalatória.”

Em outro trecho, a nota diz: “Por força da política consistente, o Brasil reduziu dramaticamente o tabagismo em nossa população. Éramos 30% de fumantes, atualmente são 9,8%. É preocupante que existam tentativas de introduzir no mercado mais instrumentos de intoxicação e agravo à saúde humana. Temos certeza de que a Anvisa e todas as áreas da Saúde saberão evitar que pressões lobistas nos conduzam a um retrocesso, onde o lucro se obtém a expensas de saúde da nova geração de brasileiros.”

Um estudo realizado nos Estados Unidos mostrou que os fumantes tinham mais probabilidade de morrer de câncer de pulmão do que os que nunca fumaram. Nos que começaram a fumar antes dos 18 anos, a probabilidade de morrer da doença aumentou em pelo menos três vezes.


Dr. Bartô e os Doutores da Saúde
A coluna Dr. Bartô e os Doutores da Saúde, com o professor João Paulo Lotufo, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7 ; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.

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