Pandemia de coronavírus fez surgir um novo estilo de vida profissional: o nomadismo digital

Diz Bárbara Lespinasse: “O nomadismo digital é um estilo de vida, no qual as pessoas viajam pelo mundo sem abrir mão da carreira para isso. Esses indivíduos trabalham de forma remota como no home office, utilizando a tecnologia ao seu favor”

 02/02/2021 - Publicado há 3 anos
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Nômade digital – Foto: Peggy und Marco Lachmann-Anke – Pixabay

A pandemia da covid-19 fez empresas e funcionários descobrirem novas formas de trabalhar além da presencial; tudo para tornar possível continuar produzindo durante um período tão conturbado. O home office se tornou padrão e conhecido e surgiu ainda outro estilo, o nomadismo digital.

A novidade vem ganhando cada vez mais adeptos, já que possibilita o exercício profissional enquanto o indivíduo conhece novos lugares ao redor do planeta. É o que explica a consultora de empresas e doutoranda em Administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, Bárbara Lespinasse. “O nomadismo digital é um estilo de vida, no qual as pessoas viajam pelo mundo sem abrir mão da carreira para isso. Esses indivíduos trabalham de forma remota como no home office, utilizando a tecnologia a seu favor.”

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E a pandemia fez com que o nomadismo digital ganhasse adeptos de diferentes áreas ao propiciar trabalho remoto. “Anteriormente, apenas profissões mais flexíveis como jornalistas, escritores, fotógrafos e social media podiam realizar seu trabalho de maneira digital ou serem adeptos ao nomadismo digital”, conta Bárbara, analisando que a realidade foi alterada pela pandemia. Segundo a especialista, profissionais de diversas áreas mais tradicionais, como psicologia, ensino, e até mesmo saúde, passaram a atuar a distância.

Para Bárbara, muitas são as vantagens do trabalho remoto, tanto para as empresas quanto para os funcionários. “Existem muitos impactos nessas formas de trabalho. Para as empresas, existe uma economia muito grande relacionada aos custos de aluguel, energia elétrica, água, refeição e transporte para os trabalhadores. Já para os funcionários, a flexibilidade e a liberdade são os principais fatores do trabalho remoto; e, no caso do nomadismo digital, além de conhecer novos lugares enquanto se trabalha, também é possível aprender novas línguas e aprender sobre as culturas dos países.”

O que é preciso para se tornar um nômade digital

Mas, apesar das inúmeras vantagens, o nomadismo digital requer organização e disciplina. Bárbara adianta que, para seguir esse tipo de trabalho, “é preciso muita organização e planejamento com os prazos, metas e também em relação à parte financeira, pois existem muito mais imprevistos no nomadismo do que no trabalho tradicional”. 

A especialista chama a atenção para algumas dicas importantes para este estilo de trabalho. O nômade digital deve, segundo ela, trabalhar com cronogramas de metas para prazos e compromissos; deve organizar-se através de uma agenda única e não anotar informações e afazeres em papéis soltos; deve considerar a opção da agenda digital; planejamento financeiro é imprescindível. E, quanto a isso, Bárbara é categórica: “É importante que a pessoa comece a guardar dinheiro um ano antes de adotar esse estilo de trabalho para conseguir se manter por pelo menos seis meses, se não houver oportunidade de trabalho. Além disso, é importante diminuir gastos como, por exemplo, adotar meios de transportes mais econômicos e cozinhar ao invés de comer fora.” 


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