O governo federal decidiu adiar, por tempo indeterminado, todos os leilões de geração e transmissão de energia programados para este ano. A decisão veio na portaria 134, publicada em edição extra do Diário Oficial da União de 30 de março.
A avaliação do Ministério de Minas e Energia (MME) é a de que o avanço do novo coronavírus adia as decisões de investimento do setor como um todo, porque dificulta as declarações de necessidade de compra das distribuidoras. Ou seja, a queda no consumo e na demanda fez o governo recuar.
O engenheiro elétrico e professor de Engenharia de Biossistemas e Engenharia de Alimentos na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) de Pirassununga da USP, Fernando Lima Caneppele, analisa que a suspensão dos leilões não vai comprometer o abastecimento de energia.
O apelo para que as atividades econômicas fossem reduzidas ao máximo, mantendo apenas os serviços essenciais, já impacta no sistema elétrico nacional. Segundo o professor, comparando a última semana de março com o mesmo período do ano passado, entre 10h e 18h, houve redução de 16% da demanda.
Com relação ao isolamento social, o cidadão fica mais tempo dentro de casa, o que pode acarretar o aumento do consumo residencial. Mas o professor explica que esse aumento não sobrecarrega o sistema, que já está acostumado a abastecer as residências em horário de pico de consumo, como à noite, quando a maioria das pessoas está em casa.
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