Sem balbúrdia, Cinusp traz a mostra “Novíssimo Cinema Brasileiro”

Até 5 de abril evento vai apresentar 27 produções, sete delas em pré-estreia

 10/03/2020 - Publicado há 4 anos
Bacurau (Pernambuco, 2019), direção de Juliano Dornelles e Kleber Mendonça Filho – Foto: Divulgação/Cinusp

Produções recentes do cinema brasileiro – entre eles os premiados Bacurau e Democracia em Vertigem – fazem parte da nova mostra do Cinema da USP Paulo Emilio (Cinusp), intitulada Novíssimo Cinema Brasileiro, que começou nesta segunda-feira, dia 9, e se estenderá até 5 de abril. No total, serão apresentados 27 filmes, entre eles sete pré-estreias. Oito exibições serão seguidas de bate-papo com os realizadores. As sessões, que ocorrem na sala do Cinusp na Cidade Universitária e no Centro Universitário Maria Antonia, em São Paulo, são gratuitas. A programação completa está disponível no site do Cinusp.

Em sua nona edição, a mostra deste ano traz produções ligadas a diferentes gêneros, desde dramas e documentários até humor. Os temas explorados incluem a crítica social, o conflito entre religiões, as questões de gênero, o regionalismo e a condição do negro na sociedade, entre outros. “Com essa seleção, a gente quer enfatizar a diversidade do cinema brasileiro”, afirma uma das curadoras da mostra, Malu de Castro, aluna do curso de Audiovisual da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. “O cinema produzido no Brasil é muito mais do que apenas filmes com temática de gênero. É algo mais plural, diversificado.”

A Vida Invisível (Ceará/Rio de Janeiro, 2019), direção de Karim Aïnouz – Foto: Divulgação/Cinusp

Os filmes que fazem pré-estreia na mostra são A Rainha Nzinga Chegou (direção de Isabel Casimira e Junia Torres), Vermelha (Getúlio Ribeiro), Breve Miragem de Sol (Eryk Rocha), Sedução da Carne (Júlio Bressane), A Torre (Sérgio Borges), Sofá (Bruno Safadi) e Babenco – Alguém Tem Que Ouvir o Coração e Dizer: Parou (Bárbara Paz)

Uma das sessões seguidas de debate será nesta quinta-feira, dia 12, às 19 horas. Na ocasião, será exibido Bixa Travesty, que conta a vida e a carreira da atriz, cantora e compositora paulista Linna Pereira, mais conhecida como Linn da Quebrada. Produzida em 2019, a obra tem direção de Claudia Priscilla e Kiko Goifman. “O corpo político de Linn da Quebrada, cantora transexual negra, é a força motriz desse documentário que captura a esfera pública e privada de uma artista ousada, que utiliza seu processo criativo como uma arma de resistência”, destaca a sinopse do filme, preparada pelo Cinusp.

Outra sessão que inclui debate ocorrerá no dia 26 de março, às 19 horas, quando será apresentado Diz a Ela que me Viu Chorar. Está prevista a presença da diretora Maíra Bühler. Também datado de 2019, o filme retrata um grupo de viciados em crack que, instalado num prédio em São Paulo, luta para reconstruir a vida, enquanto atravessa o difícil período de desintoxicação. “Ele trata de uma pauta social muito importante”, comenta Malu.

Azougue Nazaré (Pernambuco, 2018), direção de Tiago Melo – Foto: Divulgação/Cinusp

Azougue Nazaré, história de um pastor evangélico que, em Pernambuco, quer extinguir o maracatu em nome de Deus, será seguido de debate em sessão que se realiza nesta quarta-feira, dia 11, às 19 horas. Haverá debates também após a exibição dos filmes Breve Miragem de Sol (dia 23, às 19 horas), que relata as crises existenciais de um motorista de táxi enquanto dirige pelas ruas do Rio de Janeiro, Greta (dia 19, às 19 horas), história de um enfermeiro que crê reencarnar a atriz sueca Greta Garbo, Morto Não Fala (dia 17, às 19 horas), que destaca um plantonista num necrotério de São Paulo capaz de falar com os mortos, e Sofá (1º de abril, às 19 horas), relato da luta de uma professora da rede pública de ensino do Rio de Janeiro para recuperar sua casa, tomada pela prefeitura. Nesta segunda-feira, dia 9, houve debate após a exibição de Torre das Donzelas.

Democracia em Vertigem (Distrito Federal/São Paulo, 2019), direção de Petra Costa – Foto: Divulgação/Cinusp

Pastor Cláudio, que mostra um encontro entre o pastor evangélico e ex-delegado do antigo Departamento de Ordem Política e Social (Dops) Cláudio Guerra e um ativista de direitos humanos, O Clube dos Canibais – um sátira à elite brasileira, em que os protagonistas têm a mania de matar e comer seus funcionários – e Sedução da Carne, o mais recente filme do cineasta Júlio Bressane, feito em 2018, são outras produções que serão apresentadas em Novíssimo Cinema Brasileiro.

A Rainha Nzinga Chegou (Minas Gerais, 2020), direção de Isabel Casimira e Junia Torres – Foto: Divulgação/Cinusp

A mostra Novíssimo Cinema Brasileiro, do Cinema da USP Paulo Emílio (Cinusp), está em cartaz até 5 de abril nas salas do Cinusp da Cidade Universitária (Rua do Anfiteatro, 181, Colmeia, favo 4) e no Centro Universitário Maria Antonia (Rua Maria Antonia, 294, Vila Buarque, na região central de São Paulo). Entrada grátis. A programação completa da mostra está disponível na página do Cinusp.

 


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