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Um dos temas mais desconcertantes em saúde humana, a doença em crianças tem mobilizado enorme interesse de pesquisa no mundo. Em termos de produtividade e impacto do trabalho científico, os pesquisadores e profissionais pediátricos da USP têm feito o dever de casa. Entre 377 centros e 43 países pesquisados entre 1986 e 2018, um artigo da revista Pediatric Critical Care Medicine coloca a Universidade entre as dez instituições mais influentes do mundo no campo de ensaios clínicos randomizados em medicina intensiva pediátrica.
O artigo Research Collaboration in Pediatric Critical Care Randomized Controlled Trials: A Social Network Analysis of Coauthorship ranqueia países, instituições, pesquisas clínicas randomizadas e pesquisadores em termos de publicações e impacto científico. A USP como instituição incluiu não apenas o Instituto da Criança do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), mas também a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) e o Instituto do Tratamento do Câncer Infantil (Itaci) do HC. No total, foram analisadas 415 pesquisas clínicas randomizadas e 2.176 pesquisadores, incluindo 30 grupos de autores.
Entre os dez centros mais influentes do mundo nessa área, a USP está em terceiro lugar, com a participação de 37 pesquisadores. Em termos de produção científica, a USP está em quinto lugar, com 16 trabalhos publicados entre os 415 ensaios clínicos randomizados em medicina intensiva pediátrica pesquisados nos últimos 32 anos.
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“Temos orgulho de estarmos pareados entre os melhores do mundo. É um prêmio pelo trabalho de décadas. Mesmo tendo noção da excelência do nosso trabalho, foi uma surpresa saber que, comparativamente ao resto do mundo, estamos tão bem”, diz o professor Werther Brunow de Carvalho, da área de Terapia Intensiva Pediátrica e Neonatologia do HCFMUSP e coordenador das UTIs pediátricas e neonatais da instituição.
Segundo Werther, as possibilidades de suporte ao recém-nascido são bastante seguras atualmente em relação à medicina do passado, no que se refere à terapia intensiva. “Pode parecer um contrassenso, mas a maior preocupação deve ser não agredir o paciente, pois o tratamento intensivo pode ser muito agressivo ao recém-nascido”, diz o coordenador.
As UTIs pediátricas, o Centro Neonatal e o setor de Obstetrícia do Complexo HCFMUSP recebem os mais diversos tipos de gravidez de risco envolvendo doenças maternas e uma diversidade de doenças congênitas e malformações fetais. Entre as anomalias fetais, a cardiopatia congênita, as doenças de parede abdominal e malformações de sistema nervoso central são as mais frequentes.
Há um limite de viabilidade à vida extrauterina em casos de gestação de risco e, se não ultrapassado esse limite, a decisão do nascimento cabe à família. “Considerando esse limite de vida, se os pais querem, vamos juntos. Mergulhamos nessas vidas e desenvolvemos laços duradouros com as famílias e os pacientes. Acredito que a humanização é chave para o sucesso do nosso trabalho”, afirma o professor.
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Silvia Miguel / Assessoria de Comunicação da FMUSP