Chuvas em Minas Gerais podem ter contaminado lençóis freáticos de Brumadinho

Um ano após desastre, lama de rejeitos que atingiram o rio Paraopeba pode ter alcançado bacia do rio

 19/02/2020 - Publicado há 4 anos
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Há um ano, no dia 25 de janeiro, ocorria um dos maiores desastres com rejeitos de mineração no Brasil; foram cerca de 270 mortos, 11 desaparecidos e 24 mil deslocamentos forçados em Brumadinho, Minas Gerais. O programa Ambiente É o Meio desta semana conversa com o frei Gilvander Luís Moreira; o padre da Ordem dos Carmelitas e missionário da Comissão Pastoral da Terra, que realiza trabalhos com as vítimas da catástrofe, fala sobre as consequências sociais e ambientais do rompimento da barragem do Córrego do Feijão. 

Segundo ele, além de impune, o crime “continua crescendo”. Isso porque, com as recentes chuvas em Minas Gerais, os rejeitos tóxicos da barragem podem ter contaminado os lençóis freáticos da bacia do rio Paraopeba.

O rio já havia sido atingido pela explosão da barragem, mas, devido à presença dos rejeitos na água, “produtores de agriculturas familiares, que vivem ao longo de sua bacia, para sobreviver, criaram poços artesianos para irrigar as hortas”. Mas, adianta o frei, com as inundações, o rio transbordou e adentrou nesses poços, o que o leva a crer que a lama tóxica tenha contaminado o lençol freático de grande parte da bacia do rio. 

Moreira diz ainda que as autoridades não “aprenderam quase nada”, pois “a vida de todos os municípios antes de serem invadidos por mineradoras era bem melhor”. Para ele, onde as empresas se instalam, o cenário “deixa de ser um paraíso natural e de agricultura familiar para se tornar um ambiente de devastação ambiental”. 

Ouça no player acima a íntegra do programa Ambiente É o Meio 


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