O Ministério da Saúde lançou o novo Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de Dois Anos, em que traz a recomendação de açúcar zero e o não oferecimento de alimentos ultraprocessados para as crianças dessa faixa etária. Viviane Laudelino Vieira, professora da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, explica que alguns produtos podem desencadear alergias e outros problemas de saúde, além de terem valores nutricionais inadequados.
O guia traz também a necessidade de oferecer apenas leite materno até os seis meses e continuar a amamentação junto à alimentação até os dois anos, no mínimo. A nutricionista explica que a importância não é apenas nutricional, mas que o aleitamento materno também é responsável por auxiliar na questão imunológica da criança e está relacionado com a menor prevalência de problemas, como a obesidade e doenças crônicas, como o diabete.
Quando a criança sofre desmame precoce, anterior aos dois anos de idade, fica mais propensa à obesidade, pois pode ocorrer uma introdução alimentar inadequada, com alimentos que vão ter características nutricionais que não seriam as recomendadas para aquele organismo. A professora ainda explica que isso está atrelado à realidade e à cultura das famílias.
Questões socioeconômicas podem influenciar, pois o acesso à alimentação saudável não é tão simples. Mesmo a prática do profissional da saúde, muitas vezes cercada por zelo, pode fazer com que ele recomende alimentação excessiva para a criança sem ter o cuidado com o sobrepeso do menor.
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