Cientista russo quer manipular genes que causam surdez

Esse é mais um episódio polêmico envolvendo o uso de CRISPR

 13/11/2019 - Publicado há 4 anos

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A professora Mayana Zatz comenta o episódio do cientista russo, Denis Rebrikov, que iniciou a edição de genes de óvulos humanos para evitar a surdez. Estima-se que a incidência de pessoas com perda auditiva devido a mutações do gene GJB2 seria de 14 em cada 100 mil indivíduos. A herança é autossômica recessiva, isto é, se um bebê receber duas cópias do gene com mutação – um do pai e outro da mãe – ele terá déficit auditivo.

O experimento proposto por Rebrikov quer manipula o gene em óvulos, e não em embriões. O material será doado por mulheres que não têm deficiência auditiva. Mas, ao invés de corrigir a mutação que causa surdez, o cientista russo quer criá-la. O objetivo é entender melhor possíveis danos causados pelo uso da tecnologia de CRISPR.

A professora ressalta que os embriões mutados serão descartados ou doados para pesquisa. “Mas não seria melhor corrigir a mutação do embrião e das gerações futuras nascidas a partir dele?”, questiona Mayana.

Mayana faz, também, uma ressalva. “Enquanto não tivermos segurança, não podemos oferecer essa tecnologia para casais em risco. “Por outro lado, se não fizermos pesquisas em óvulos e embriões que não serão implantados, não poderemos melhorar a tecnologia para torná-la segura”, completa.

Ouça no link acima a íntegra da coluna Decodificando o DNA.


Decodificando o DNA
A coluna Decodificando o DNA, com a professora Mayana Zatz, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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