Instituto de Energia e Ambiente discute riscos da energia nuclear

Célio Bermann explica que energia nuclear nasce para uso militar e que adaptação para fins civis é problemática

 22/10/2019 - Publicado há 5 anos
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O Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP promove evento para discutir as questões relacionadas com a energia nuclear. A exibição do filme Fukushima – 5 dias decisivos acontecerá na quarta-feira (23), às 14h30, no instituto. Haverá um debate após a sessão com o objetivo de discutir a temática. O Jornal da USP no Ar conversou com o professor Célio Bermann, do IEE, sobre a capacidade dos Estados nacionais e das empresas privadas em promover a segurança necessária para evitar catástrofes nucleares.

Bermann explica que um acidente como o da Central Nuclear de Fukushima I traz para o debate questões relacionadas com a capacidade de resposta que os governos e as empresas têm para resolver eventos cuja previsibilidade é difícil. O professor lembra que Fukushima estava preparada para suportar ondas de quatro metros, mas o maremoto de magnitude 8,7 na escala Richter que atingiu a usina, no dia 11 de março de 2011, resultou em ondas de 14 metros.

O especialista expõe preocupação em relação ao Brasil. Bermann conta da proposta do governo federal em investir na exploração de urânio e na construção de seis reatores nas margens do rio São Francisco. O professor explica que a energia nuclear tem sua gênese no campo militar, no Projeto Manhattan. A tecnologia foi transformada em bomba e, posteriormente, em fonte de energia de submarinos. Depois, os reatores foram adequados para a geração de energia elétrica. Mas, na visão do professor, há certas limitações e inúmeros riscos nesse processo.

O professor do IEE conta que o Brasil possui um enorme potencial energético – como as hidrelétricas, por exemplo – e não enxerga necessidade do uso em larga escala da energia nuclear.

Ouça a entrevista, na íntegra, no player acima.


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