A economia brasileira melhorou no segundo trimestre de 2019, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O Produto Interno Bruto avançou 0,4% no período em relação aos três meses imediatamente anteriores. Na comparação com o segundo trimestre de 2018, a alta foi de 1%. O acumulado dos últimos 12 meses, encerrados em junho, mostra crescimento de 1%. Em ambas as comparações, o resultado veio acima do esperado por analistas.
“A situação está melhorando no longo prazo. A economia tende a melhorar e precisa”, afirma o professor Roy Martelanc, do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP. Ele salienta ao Jornal da USP no Ar que a definição da reforma tributária é crucial para a retomada do investimento. Mudanças no ICMS e no ISS estão avançadas no Senado. A criação de um novo imposto sobre transações financeiras, nos moldes da CPMF, também está em discussão.
No segundo trimestre, o investimento registrou alta de 3,2% em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o segundo trimestre de 2018, o investimento cresceu 5,2%. Em quatro trimestres, acumula alta de 4,3%. Mesmo com a alta recente, o investimento permanece em um nível 26,2% abaixo de seu pico histórico, registrado no segundo trimestre de 2013, de acordo com o relatório Focus. “Como se aprovam projetos de investimento se você não sabe de quanto serão os impostos?”, questiona o especialista.
Em vista disso, Martelanc defende que a clareza dessa legislação, o mais rápido possível, é mais importante que uma reforma impecável. “Se o concorrente paga a mesma taxa que eu, continuo competitivo. Se eu não sei como é o imposto, eu não consigo fazer nada”, alega. O docente compara a situação ao início do governo Lula. “Havia uma série de novos programas governamentais, mas com imprecisões nos seus traçados. No ano seguinte, houve correções, os empresários investiram. A renda cresceu, o emprego também”, recorda.
Ainda assim, o governo aumentou a previsão para o crescimento da economia brasileira de 0,81% para 0,85%, neste ano. Os efeitos iniciais do corte de juros e da elevação da confiança deram salvaguarda à equipe econômica. A estimativa de crescimento do PIB foi divulgada no boletim Macro Fiscal. “Mercado e empresas observam o governo. A reforma da Previdência pelo jeito vai andar. Existe um plano de fundo mais razoável e confiável de longo prazo”, analisa o professor.
Embora haja um crescimento nas projeções governamentais, o docente alega que as previsões dos bancos são mais confiáveis. “Todos os dias, um funcionário do Banco Central (BC) liga a diversas empresas do mercado financeiro com capacidade de fazer projeções de crescimento do PIB. Então, no próprio site do BC, é disponibilizada uma média das expectativas de desenvolvimento”, detalha. De acordo com Martelanc, no mercado, o crescimento no período que vai do segundo trimestre de 2018 ao mesmo período em 2019 é de 0,81%. Para o fim do ano é de 1,24%. No final de 2020, de 2,42%.
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