A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicou, recentemente, o Terceiro Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira. A pesquisa foi feita em 2015 e atingiu diversas regiões do Brasil, abrangendo áreas de fronteira e municípios pequenos. O levantamento foi feito em domicílio e contou com a participação de cerca de 17 mil pessoas, com idades entre 12 e 65 anos.
Um dos dados apontados pelo levantamento foi o de que a droga mais usada pelos brasileiros é a maconha (7,7%), seguida pela cocaína em pó (3,1%). Outro dado que se destaca revela que o tabaco, em sua forma convencional (cigarros), está sendo cada vez menos procurado pela população. Mesmo assim, seu uso corresponde a 13,6% dos entrevistados, o que significa um número de 20,8 milhões de pessoas.
Entretanto, a pesquisa da Fiocruz dispara um alarme que vai além das drogas ilícitas. Os resultados do levantamento apontam que o consumo de álcool pela população brasileira vem atingindo níveis preocupantes. Identificou-se que cerca de 46 milhões de pessoas consumem pelo menos uma dose de álcool por mês e, dentre essas pessoas, 2,3 milhões já apresentaram indícios de dependência.
A pesquisadora do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (Grea) do Instituto de Psiquiatria (IPq) da Faculdade de Medicina (FM) da USP, Camila Magalhães Silveira, acredita que é preciso dar atenção maior para esse último dado. Ela afirma que o álcool é uma das substâncias que mais causam dependência instantânea, atingindo uma faixa etária menor do que o imaginado, entre os 20 e os 30 anos. A pesquisadora também afirma que não é a ilicitude que melhorará os índices de consumo no País.
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