Nova pesquisa sobre drogas mapeia consumo domiciliar no Brasil

A pesquisadora Camila Silveira (IPq) comenta levantamento e faz um alarme em relação ao consumo excessivo de álcool, que pode atingir 2,3 milhões de brasileiros

 27/08/2019 - Publicado há 5 anos
Por
Logo da Rádio USP

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicou, recentemente, o Terceiro Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População BrasileiraA pesquisa foi feita em 2015 e atingiu diversas regiões do Brasil, abrangendo áreas de fronteira e municípios pequenos. O levantamento foi feito em domicílio e contou com a participação de cerca de 17 mil pessoas, com idades entre 12 e 65 anos.

Um dos dados apontados pelo levantamento foi o de que a droga mais usada pelos brasileiros é a maconha (7,7%), seguida pela cocaína em pó (3,1%). Outro dado que se destaca revela que o tabaco, em sua forma convencional (cigarros), está sendo cada vez menos procurado pela população. Mesmo assim, seu uso corresponde a 13,6% dos entrevistados, o que significa um número de 20,8 milhões de pessoas.

Entretanto, a pesquisa da Fiocruz dispara um alarme que vai além das drogas ilícitas. Os resultados do levantamento apontam que o consumo de álcool pela população brasileira vem atingindo níveis preocupantes. Identificou-se que cerca de 46 milhões de pessoas consumem pelo menos uma dose de álcool por mês e, dentre essas pessoas, 2,3 milhões já apresentaram indícios de dependência.

A pesquisadora do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (Grea) do Instituto de Psiquiatria (IPq) da Faculdade de Medicina (FM) da USP, Camila Magalhães Silveira, acredita que é preciso dar atenção maior para esse último dado. Ela afirma que o álcool é uma das substâncias que mais causam dependência instantânea, atingindo uma faixa etária menor do que o imaginado, entre os 20 e os 30 anos. A pesquisadora também afirma que não é a ilicitude que melhorará os índices de consumo no País.

Ouça a reportagem completa no player acima.

 


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.