Denúncias veiculadas em 2015 nos jornais The New York Times (EUA) e The Guardian (Inglaterra) apontaram o envolvimento da Coca-Cola com a Global Energy Balance Network (GEBN), uma rede de pesquisas sem fins lucrativos. A ideia era propagar que o açúcar nada tinha a ver com a epidemia de obesidade, mas que o grande problema era a falta de exercícios. Como consequências, a rede foi fechada e o cientista-chefe da empresa de refrigerantes foi demitido. Além disso, outros dois cientistas foram punidos pelas suas respectivas universidades. “A partir desse episódio, a Coca-Cola adotou princípios éticos de conduta em relação ao financiamento de pesquisas”, conta o colunista.
No mês de maio, uma pesquisa publicada no Journal of Public Health Policy, por uma equipe liderada pela doutora Sarah Louise Steele, da Universidade de Cambridge (Inglaterra), revelou que a Coca-Cola melhorou seu comportamento, mas que ainda está longe de ser exemplar. O artigo traz a recomendação: sempre leia o que está publicado em letra miúda. “Foi uma advertência porque eles notaram que os contratos disfarçavam o que poderia ser nocivo aos processos de pesquisa”, explica Eli da Veiga. O estudo também recomendou às empresas a divulgação de dados de pesquisas que, por alguma razão, são interrompidas e que podem trazer importantes informações para a saúde pública. Para mais detalhes, o professor José Eli da Veiga recomenda a leitura do artigo de sua autoria, Vesti la giubba, publicado na edição de ontem (31) no jornal Valor Econômico.
Ouça no link acima a íntegra da coluna Sustentáculos.
Sustentáculos
A coluna Sustentáculos, com o professor José Eli da Veiga, vai ao ar quinzenalmente quinta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção na Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
.