Liberdade de imprensa: “o pilar das sociedades democráticas”

Luiz Roberto Serrano é jornalista e superintendente de Comunicação Social da USP

 03/05/2019 - Publicado há 5 anos

Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Nestes tempos desafiadores em que vivemos nunca é demais valorizar o oxigênio que respiramos como cidadãos: a liberdade.

A liberdade de imprensa, um dos componentes fundamentais desse oxigênio, é comemorada no dia 3 de maio desde a década de 1990, por iniciativa da Unesco – a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, que se dedica à discussão, avaliação e promoção de temas fundamentais que, a partir de proposições inimagináveis, estão no centro dos debates públicos no Brasil de hoje.

Para quem viveu sob censura à imprensa, como a minha geração profissional, celebrar e defender a liberdade de imprensa nunca é demais. Trata-se daquela plantinha que necessita ser aguada e protegida todos os dias, o dia todo.

Por isso, em nome de toda a equipe do Jornal da USP, divulgamos abaixo a mensagem de Audrey Azoulay, diretora-geral da Unesco, por ocasião deste Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, 3 de maio de 2019.

Suas palavras:

“A liberdade de imprensa é o pilar das sociedades democráticas. Todos os Estados e todas as nações são fortalecidos pela informação, pelo debate e pela troca de opiniões.

Em uma época caracterizada por um crescente discurso de desconfiança e deslegitimação da imprensa e do jornalismo, é essencial que a liberdade de opinião seja garantida por meio do livre intercâmbio de ideias e informação com base em verdades factuais.

O tema desta 26ª comemoração é Mídia para a democracia: jornalismo e eleições em tempos de desinformação. Além de ser utilizado na conferência internacional organizada em conjunto com o governo da Etiópia e a União Africana, que será realizada nos dias 2 e 3 de maio de 2019, esse tema será abordado em vários eventos em todo o mundo.

Ao mesmo tempo em que essas épocas são momentos-chave para a atividade política, elas também estão sujeitas a todos os perigos da instrumentalização, combinados com práticas tais como obstruções, perseguições, detenções ilegais e até mesmo assassinatos, que impedem os jornalistas de realizarem livremente o seu trabalho.

O Observatório da UNESCO registrou que 99 jornalistas foram mortos em 2018, enquanto um total de 1.307 jornalistas foram mortos entre 1994 e 2018.

A impunidade por crimes cometidos contra jornalistas é uma ameaça que afeta todas as nossas sociedades. Essa ameaça exige de nós um constante estado de vigilância. Devemos agir de forma conjunta para proteger a liberdade de expressão e a segurança dos jornalistas.

A existência de uma mídia livre, pluralista e independente é um pré-requisito para o funcionamento adequado das democracias. O jornalismo independente oferece uma oportunidade para apresentar os fatos aos cidadãos e para que estes formem suas opiniões. A liberdade de imprensa garante a existência de sociedades transparentes, nas quais todos podem ter acesso à informação. O jornalismo independente analisa o mundo e o torna acessível a todos, além de trabalhar para a diversidade de opinião.

Hoje, nós convidamos os Estados-membros, assim como a sociedade civil e as organizações profissionais, a celebrarem a liberdade de imprensa e o direito de acesso à informação, que são essenciais para qualquer sociedade democrática”.

 


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