Classificação Internacional de Doenças inclui 40 mil novos códigos

Material contribui para estudos estatísticos, tendências de patologias e comparações internacionais

 03/10/2018 - Publicado há 5 anos

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) já aprovou a nova Classificação Internacional de Doenças (CID 11), que inclui novidades no campo da homossexualidade, transtornos alimentares e vício em games. É uma ferramenta que permite que se façam estatísticas de saúde, se definam prioridades na área e se planejem ações de saúde. Sua última versão, a CID 10, é usada em mais de 117 países e traduzida em 43 idiomas. Para comentar sobre o material, o Jornal da USP no Ar conversou com a professora Cassia Maria Buchalla, do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Considerado um importante instrumento de controle epidemiológico, a CID é responsável por orientar o cotidiano do médico e da rede pública de saúde. Segundo a especialista, o material é a base para as estatísticas de saúde ao traduzir diagnósticos de causas de morte e doenças para códigos, capazes de contribuir para estudos estatísticos, tendências de patologias e comparações internacionais. Na nova versão da classificação, o número de códigos saltou de 14,4 mil para 55 mil, divididos em categorias que exploram as propriedades de descrição, manifestação, severidade e epidemiologia das doenças – uma novidade.

Fotomontagem / Fotos: Marcos Santos / USP Imagens

O material não inova apenas em números, ele está disponível no meio eletrônico e possui uma ferramenta de codificação que permite acesso ao manual e plataforma de elaboração da classificação. Essas iniciativas contribuem para um instrumento mais moderno, ágil e transparente, afirma Cassia. Quanto ao seu conteúdo, a CID 11 apresenta mudanças e adaptações, com novos capítulos sobre doença do sono, saúde sexual e medicina tradicional, além da realocação de disforia de gênero para o capítulo de condições relacionadas à saúde sexual, condição antes inclusa em transtornos mentais, por exemplo.

Para ser implantada, a professora revela ser necessária a aprovação da CID 11 pelos países membros da Assembleia Mundial da Saúde, que se comprometem a usar o material no meio de serviços. A professora ressalta a importância da classificação e diz que sua implementação é um processo lento e gradual, pois demanda modificações dos sistemas de mortalidade e morbidade.

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