As plantas são normalmente vistas pelo imaginário popular como seres estáticos, o que é não é verdade. Elas são muito dinâmicas, explica Ernane José Xavier da Costa, professor associado do Laboratório de Física Aplicada e Computacional (Lafac) e chefe do Departamento de Ciências Básicas (ZAB) da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP em Pirassununga. De acordo com ele, as novas descobertas giram em torno da bioeletricidade, pois esses seres possuem sensores de moléculas químicas, que reagem a estímulos do meio.
O professor conta que é possível monitorar o nível de estresse hídrico de tomateiros através de biossensores que captam sua movimentação bioelétrica. Os aguapés também vêm sendo utilizados nas pesquisas, por causa de sua sensibilidade à poluição da água. Assim, ocorre a monitoração das atividades da espécie, a qual tem reações diferentes quando está em ambientes contaminados. A principal descoberta, no entanto, é a existência de transmissões bioelétricas entre as próprias plantas. Como elas não possuem cérebro, nem neurônios, o grande desafio nesse caso é descobrir como ocorre o processamento na troca de informações. As pesquisas estão mostrando uma complexidade cada vez maior no modo como esses seres reagem ao meio e comunicam-se.
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