Livro sobre os microbiomas do corpo humano revela interações profundas entre as bactérias do intestino, o sistema imunológico e até os neurotransmissores. A obra, pioneira na América Latina, também apresenta intervenções terapêuticas para casos de infecções multirresistentes. O professor Joel Faintuch, do Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina de São Paulo, lembra que a presença de bactérias no intestino já é conhecida há séculos, porém faltava um embasamento científico sobre o assunto.
Hoje, comenta Faintuch, com a biologia molecular, pode-se traçar o perfil genético das bactérias. O professor explica que, a partir destes estudos microbiológicos, descobriu-se que existem diálogos entre os genes das bactérias e das células humanas. Joel fala que outras resultados revelam que as bactérias secretam substâncias que caem na corrente sanguínea e podem influenciar o coração e o cérebro, tendo relação com doenças como alzheimer e diabetes.
O professor ainda explica que o transplante fecal, para a troca da flora intestinal, já é realizado em seres humanos. O método, segundo Faintuch, ocorre no Brasil e é recomendado por todas as sociedades científicas internacionais como meio eletivo para tratar infecções intestinais que não respondem a antibióticos. Microbioma, Disbiose, Probióticos e Bacterioterapia, da editora Manole, é uma leitura que não se restringe ao público acadêmico, enfatiza o professor.
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