Sete anos de inclusão: exposição na USP celebra diversidade cultural

Mostra que prossegue até o dia 21 de junho marca o aniversário de coletivo negro e destaca excelência e cultura negra na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP

 Publicado: 11/06/2024
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Sete anos do coletivo Malungo - Fotomontagem de Jornal da USP com imagens de @coletivomulango/Instagram

O coletivo preto Malungo, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, comemora seu sétimo aniversário com a exposição artística Saberes, Mestre e Práticas: caminhos de excelência. O evento convida o público a participar de exposições, palestras, oficinas e vivências de capoeira e jongo, além de performances artísticas, todos relacionados à cultura negra brasileira. As atividades tiveram início no dia 10 (segunda-feira) e seguem até o dia 21 de junho, no prédio da FAU.

Idealizado a partir do ingresso dos primeiros alunos cotistas na USP e fundado em 12 de maio de 2017 com o objetivo de unir todos os pretos da FAU, o coletivo expõe produções artísticas e acadêmicas elaboradas por seus integrantes, alunos e egressos. As obras podem ser vistas por todos no salão Caramelo da FAU.

A diretoria da faculdade acredita que os coletivos somam à Universidade na medida em que ajudam os alunos a se identificarem como parte da instituição, auxiliando na permanência e adicionando diferentes pontos de vista à USP  “É comum ouvir o argumento perverso de que a democratização do ingresso na USP, que está em curso há alguns anos, traz consigo um rebaixamento da sua qualidade. O que é, evidentemente, uma inverdade e uma injustiça. Pelo contrário, na FAU a democratização do seu corpo docente e discente, incluindo-se pelo prisma racial, vem trazendo enorme benefício e melhoria na capacidade da faculdade de compreender e trabalhar por soluções para o nosso país”, afirma João Sette Whitaker Ferreira e Guilherme Wisnik, diretor e vice-diretor da FAU.

João Sette Whitaker - Foto: Reprodução/FAU-USP
Guilherme Wisnik - Foto: Currículo Lattes
Guilherme Wisnik - Foto: Currículo Lattes

Para eles,  a excelência da produção desses estudantes pretos e a exposição de seus trabalhos aproximam a Universidade da cultura afro-brasileira. “A exposição do Malungo serve para demonstrar isso, por meio da excelência da produção desses estudantes, alguns ainda no curso, outros já egressos, com a exposição de trabalhos de graduação, profissionais, dissertações, teses, livros, projetos, que se destacaram pela sua qualidade e pertinência. Além disso, trazem para a FAU mestres e especialistas que, por meio de palestras, rodas de conversa e outras atividades, potencializam o diálogo entre o meio acadêmico e as ancestralidades afro-brasileiras”, destacam.

As atividades se iniciaram no dia 10, com a palestra do jornalista e escritor Abílio Ferreira e a vivência de Maculelê com o Mestre Bico Duro, mas as oficinas vão até o dia 21, em diferentes espaços da FAU. Pela faculdade, mestres e artistas convidados pelo coletivo farão mais performances, oficinas e palestras. 

Confira a programação completa:

Programação:

12/06: 12h – Vivência de Jongo com Luiz Lobo – Salão Caramelo

13/06: 12h – Vivência de Capoeira Angola com Mestra Janja – Salão Caramelo

            17h30 – Palestra com Coletivo Coletores e Marcus Deusdedit: Ocupação preta da cidade, arquitetura e design através da arte – Auditório

14/06: 12h – Performance com Rodrigo Auba, Amnésia: Ruído Branco – Laguinho da FAUD

            12h30 – Palestra com Quilombo Cafundó e Quilombo Praia Grande – Salão Caramelo

17/06: 12h30 – Palestra com Instituto Peregum. Por que não falamos de racismo na produção das cidades e como começar? – Sala 807

            17h30 – Palestra com Mestre Bico Duro. Manha, mandinga e malícia. Capoeira é o jogo da vida, para crianças, adolescentes e jovens – Sala 807

18/06: 17h30 – Palestra com Fabrício Forganes e Joana D’Arc. As igrejas de Homens Pretos como marcos da presença negra nas cidades brasileiras e Da Senzala para onde? Negros e negras no pós-abolição em São Carlos – Sala 807

19/06: Palestra com Bráulio Sebastião André. Novas centralidades urbanas em Angola – Sala 807

20/06: 17h30 – Palestra com Mestre Dinho Nascimento. “Estamos na escola, camará”: saberes orais, musicais, de rua e de terreiro. Sala 807

21/06: 17h30 – Encerramento. Samba de Roda com Mestre Bico Duro – Salão Caramelo

*Estagiário sob supervisão de Tabita Said

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